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Pubalgia: difícil de diagnosticar e de tratar

Existem muitas dores que afligem atletas e desportistas em geral, sendo que algumas têm características que chegam a ser confundidas com outras patologias. Nestes casos, o diagnóstico correcto é imprescindível para que o tratamento dê resultado. Uma dessas dores é a pubalgia, que incomoda alguns corredores e que precisa ser tratada para não atrapalhar os treinos e as competições.

O termo pubalgia denomina dor no púbis (o osso que se localiza no final do músculo do abdómen, sob a região genital, fazendo parte do osso do quadril.

Esta denominação é muito abrangente, o que muitas vezes gera confusão, pois os seus sintomas podem assemelhar-se a outras patologias. Para alguns autores este termo é usado para a ocorrência da lesão do canal inguinal, mais conhecida como hérnia inguinal.

Outras patologias que têm sintomas parecidos são: hérnia inguinal, doenças geniturinárias, osteítes púbicas (síndrome do músculo grácil e síndrome do músculo piriforme), prostatite, bursites na região do quadril ou artrite do quadril. Porém, mais que uma causa pode estar associada à dor no quadril. Abordaremos nesta matéria somente a dor na virilha relacionada à tensão da musculatura dessa região com ou sem alteração do osso do púbis e sem hérnia inguinal.

A dor na região da púbis ou na virilha é muito comum em atletas e pode ser aguda ou crónica. Atinge principalmente jogadores de futebol e ténis, mas também corredores de longa distância (maratonistas), ou corredores de aventura. É mais frequente em homens do que em mulheres devido à quantidade proporcional de praticantes de futebol e também às diferenças anatómicas e biomecânicas dessa região do corpo (a bacia da mulher adapta-se melhor aos impactos dos desportos).

Mecanismos de lesão e causas

Os mecanismos de lesão podem incluir alterações rápidas de direcção, movimentos repetidos de corrida associados a desequilíbrios musculares, traumas directos, diferenças no comprimento dos membros inferiores, prática desportiva em pisos duros, uso de calçados inadequados e excesso de treino.

A causa mais comum da dor na virilha é a distensão ou tensão exagerada da musculatura que envolve esta região, abrangendo os músculos adutores longos, recto abdominal, iliopsoas, pectíneo e recto femoral. Pouca flexibilidade da musculatura da região do quadril e pélvis, assim como instabilidade de quadril e desequilíbrio muscular entre adutores e músculos do abdómen, também podem contribuir para o surgimento da pubalgia.

Quando a pubalgia tem sua causa na musculatura, o músculo e tendão mais acometido normalmente é o do músculo adutor (porção longa), podendo apresentar uma inflamação crónica ou até uma lesão das fibras (ruptura de uma parte do tendão ou músculo). Outro músculo habitualmente atingido é o repto abdominal na região que se insere no osso púbis. A tensão nestes dois músculos desequilibra o quadril, pois o músculo repto abdominal traciona o osso do quadril para cima, enquanto o adutor puxa para baixo.

Sintomas

A dor é bem localizada na virilha e pode acometer apenas um lado ou os dois. Normalmente ocorre durante a corrida (ou outro desporto), mas se o atleta continuar a correr a dor pode aparecer durante outras actividades como sentar-se e levantar-se de uma cadeira, subir e descer escadas, agachar, mudanças de direcção abrupta, aceleração e chuto. Os corredores normalmente apresentam dor localizada e forte desde o início da doença.
Se houver irradiação da dor, o atleta pode sentir incómodo na região de abdómen inferior, adutores, região genital e lombar, caso haja associação com alterações da articulação sacroilíaca (junção do quadril e porção final da coluna).

Diagnóstico

Quanto mais demorado for o início do tratamento maior será o tempo de recuperação. Quando diagnosticado e tratado rapidamente o corredor tem a possibilidade de não se afastar da corrida, tendo apenas o seu treino modificado até a recuperação total. O tempo de afastamento do desporto depende de cada caso.

O diagnóstico médico é de extrema importância. Além do exame físico, os exames de imagem auxiliarão o médico a fazer o diagnóstico correcto. O raio X pode mostrar lesão do osso púbis, calcificação dos tendões acometidos, osteoartrite ou instabilidade pélvica. Já a tomografia computadorizada e a ressonância magnética podem evidenciar outras causas da dor na virilha, como a existência de hérnia inguinal ou lesões musculares e tendíneas.

Tratamento

O tratamento para dor na virilha decorrente da hérnia inguinal é, na maioria das vezes, cirúrgico. Já o tratamento para pubalgia decorrente das alterações musculares e ósseas é conservador. Esse é o principal motivo de escolhermos o segundo tipo para aqui abordarmos. Além do tratamento médico, a acupunctura e a fisioterapia auxiliarão a completa recuperação.
O objectivo do tratamento fisioterápico consiste em diminuir a dor e a inflamação, aumentar a resistência do tendão ou tendões acometidos, restabelecer o equilíbrio muscular, melhorar a estabilidade do quadril e da coluna. É recomendada a aplicação de bolsa de gelo por 20 minutos no local da dor, duas a três vezes por dia, desde o início do aparecimento da dor até o final do tratamento.

No início da patologia não se deve correr com dor. Muitas vezes, após a realização do tratamento correcto, no retorno ao desporto pode acontecer um pouco de dor durante a corrida, mas essa dor pode ser descrita mais como um incómodo do que dor. A musculatura acometida precisa de um tempo de adaptação, o que justifica esse incómodo, bem diferente da dor durante a pubalgia.
A pubalgia é um grande desafio na medicina desportiva. Não é apenas um problema para ser diagnosticada, mas também de difícil tratamento. Se não tratada correctamente pode se tornar crónica e atrapalhar a vida desportiva dos atletas. É uma patologia que requer um acompanhamento multidisciplinar. Siga a orientação do seu médico e procure um profissional capacitado para acompanhar a sua reabilitação. O fisioterapeuta poderá utilizar técnicas de terapia manual e correcções posturais como RPG (Reeducação Postural Global) para proporcionar uma recuperação segura e completa (sem recidivas). Dessa forma você não sentirá tantas saudades da corrida…

Trabalho da autoria de Alessandra Arkie e Kenia Guerra Baumann

A publicação deste artigo foi feita com a autorização e gentileza da Revista Contra-Relógio (Brasil).

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159 COMENTÁRIOS

  1. Olá boas ,eu ando com uma pubalagia crónica à anos presico quem me possa ajudar ,a informaçar um bom médico
    para que me ajude neste momento tão difícil da minha vida por são dores difícil
    de aguentar!!!

  2. Boa tarde. Esta publicação é especialmente para a MARIA ALICE AMORIM ALVES e a quem mais possa ajudar.
    A Maria Alice tem alguma cicatriz proveniente de uma operação, recente ou antiga?
    No meu caso, tenho Pubalgia e, de acordo com o fisioterapeuta, depois de muito ter corrido entre médicos e tratamentos, é provocada por aderências na mesma. Quero referir que esta cicatriz tem 41 anos. Ainda de acordo com o fisioterapeuta, a Pubalgia apenas significa dor no púbis e pode ser provocada por muitas situações. No meu caso as aderências provocam-me alterações na fáscia que, por sua vez, me provocam a Pubalgia.
    Estou no quinto tratamento. Estou longe de estar bem mas, pelo menos, já durmo melhor e, se não fizer esforços até me esqueço das pequenas dores.
    Vamos a ver como vai evoluir. Vou dando notícias e, espero ter sido útil para alguém.

  3. Boa tarde.
    Talcomo tinha prometido, cá estou, novamente, para falar da evolução do tratamento.
    Está a correr muito bem.
    Já consigo fazer muitos movimentos que, anteriormente, se os fizesse ficava cheia de dor.
    Já vou na quarta sessão de exercícios de baixo impacto feitos ainda no consultório.
    Resumindo, já vejo a luz ao fundo do túnel.

  4. Muito interessante o blog. Mas minha reclamação são minhas dores. Quando sofri uma crise de rinite e dor de cabeça, o médico me indicou desse colchão magnético kenko patto. Alguém aqui conhece? Parece que cuida até insonia.

  5. Sofro de dor crônica desde 2014 muita for no quadril e na virilha esquerdo! Fiz eletromiografia deu neuropatia periférica membros inferiores! Fiz um raio x deu problema de vivido públicas fiz exame de sangue acusol gamopatia monocronal indeterminado estol perdendo os movimento! Tenho dormência nas pernas

  6. Tinha dores e ardores, assim como dormências nas pernas, virilhas, coxas, glúteos e ancas.
    Fiz um ano de fisioterapia e as melhoras foram muito poucas. Já tomava anti-inflamatório todos os dias, sem grandes melhoras.
    Mudei de fisioterapeuta e, logo no primeiro tratamento deixei de tomar anti-inflamatório. Neste momento é, passados seis meses do primeiro novo tratamento, posso dizer que não tenho dores.
    As melhoras.

  7. Eai pessoal, tenho pubalgia há uns 2,5 anos, nunca tinha realmente suspendido as atividades fisicas (QUALQUER ESPORTE E NO OUTRO DIA NÃO CONSEGUIA ANDAR) fazendo com que eu nunca me curasse, fui a médicos fisioterapeutas tudo que se pode imaginar.

    há uns 6 meses parei com as atividades físicas, encontrei uma fisioterapeuta, e um profissional de educação fisica, a fisioterapeuta trabalhou com alguns pequenos exercícios, já o profissional de educação fisica me passou alguns exercício que faço 2 vezes por semana na academia:

    abdominais
    agachamentos
    adutores
    leg press
    abdutores
    todos com pouquissima carga, aumentando um pouco a cada mês.

    todos exercícios consigo fazer em 40 minutos.
    nunca havia sentido uma melhora tão grande a ponto de acreditar que sim vou voltar a jogar futebol normalmente, ontem joguei 10 minutos de futebol, não tive nenhuma dor durante o jogo,e hoje sinto dores musculares normais, nada de fisgada de pubalgia.

    então galera vamo acredita fortalecimento acho que é o caminho.

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