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Exercício físico reduz risco de morte por insuficiência cardíaca

Pedalar cerca de meia hora numa bicicleta estacionária ou caminhar numa passadeira na maioria dos dias da semana é o suficiente para reduzir o risco de hospitalização ou morte por insuficiência cardíaca, revela um estudo.

O estudo HF-ACTION, que analisou os efeitos do exercício físico na morbilidade e mortalidade em pacientes com insuficiência cardíaca, envolveu 2.331 doentes de 82 localidades dos Estados Unidos, França e Canadá.

Os doentes foram escolhidos aleatoriamente e foram divididos em dois grupos. Um dos grupos recebeu os cuidados habituais e o outro recebeu os cuidados usuais mais um programa de exercício físico específico, explica o estudo.

Investigadores do Duke Clinical Research Institute (DCRI) julgavam que a participação destes doentes num programa de exercício reduziria significativamente a incidência de morte e hospitalização entre os doentes com insuficiência cardíaca.

Baseados numa análise inicial, os investigadores concluíram que o exercício reduziu modestamente, de modo não significativo, a hospitalização e a morte nestes doentes.

No entanto, uma análise secundária, que levou em conta os mais fortes factores clínicos que predispõem à hospitalização ou morte, revelou que o exercício apresentava benefício significativo.

Os participantes no estudo – com uma média de idade de 59 anos, quase um terço mulheres – tinham um significativo grau de insuficiência cardíaca. Noventa e cinco por cento tomavam medicação cardiológica e 45 por cento necessitavam mesmo de dispositivos para assistência mecânica cardíaca ou para tratar arritmias.

Os investigadores seguiram os doentes durante dois anos e meio, rastreando várias medidas clínicas de insuficiência cardíaca, qualidade de vida, hospitalização, taxas de eventos cardíacos e morte.

Durante o estudo, 796 (68 por cento) dos doentes que estavam no grupo dos cuidados habituais morreram ou foram hospitalizados, enquanto o mesmo aconteceu com 759 (65 por cento) doentes do grupo que praticava o programa de exercício.

Ocorreram 198 óbitos (17 por cento) entre os participantes que estavam nos cuidados habituais e 189 (16 por cento) no outro grupo.

Segundo o estudo, os participantes que estavam no grupo do exercício físico reduziram em 15 por cento o risco de morte e hospitalização devido a complicações da insuficiência cardíaca.

Estes resultados são «importantes tanto para doentes como para médicos», segundo os investigadores, acrescentando que foi preciso «muito tempo e empenho» para responder definitivamente a uma questão antiga: «Vamos pedir aos nossos doentes para fazer exercício».

«Agora sabemos que a resposta é sim» , salientam os investigadores, cujo estudo é analisado hoje na reunião anual, em Lisboa, do Grupo de Estudos de Fisiopatologia de Esforço e Reabilitação Cardíaca (GEFERC) da Sociedade Portuguesa de Cardiologia (SPC).

Em declarações, Ana Abreu, coordenadora do GEFERC, afirmou que este estudo, de grande dimensão, foi importante para acabar com a «incerteza» sobre se a prática de exercício físico regular é benéfica ou não para alguns doentes com problemas cardiovasculares.

«O estudo concluiu que o risco é limitado e que há benefícios significativos no exercício físico, que tem de ser dirigido a esses doentes e prescrito pelos médicos» , sublinhou a médica cardiologista do Hospital de Santa Marta, em Lisboa.

Fonte: Lusa / SOL

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Vitor Dias
Vitor Dias
Autor e administrador deste site. Corredor desde 2007, completou 67 maratonas em 18 países. Cronista em Jornal Público e autor da rubrica Correr Por Prazer em Porto Canal. Site Oficial: www.vitordias.pt

6 COMENTÁRIOS

  1. Muito obrigada, pelas vossas indicaçoes e sujestoes fiquei muito interessada nas vossas explicaçoes .Fiz uma ABLOAÇÂO acerca de 8 meses e
    tudo que me possa ajudar fico imensamente grata.
    Continuo com arritmia mas esta nao tem cura mas ficou controlada agraças ao muito digno Prof. Pedro Adragão do Hospital da Lux. Onde fui submetida a esta intrevenção.

  2. foi-me substituída a válvula aórtica do coração por uma biológica sempre fiz desporto atletismo jamp spine musculação, aos o tempo de recuperação vou ficar sem restrições mas é me informado que a duração da válvula depende da vida e do ritmo que leve. Estou com receio de voltar a fazer ginástica porque não sei os exercícios que melhor se adaptam ao meu problema será que me podem ajudar
    este meu problema é de nascença e nunca tinham dado com ele é um dos de morte súbita tive sorte em descobrir a tempo fui operado no Hospital de Coimbra pela equipa de cirugia dr.Prf. Manuel Antunes, recomendo a quem tiver de ser operado aqueles serviços são um exemplo da boa medicina que se pratica em Portugal

  3. Está um artigo fantastico parabens..
    Trabalho na area do fitness e sei as melhorias que o exercicio fisico proporciona ao nosso dia-dia.

    Se quiserem inscrever-se num excelente health club ou informação..
    [email protected]

  4. Quero uma orientaçao,meu marido tem insuficiencia cardiaca,agora ele esta com o coraçao com 15% funcionando qual é o risco? por favor mande a resposta,

  5. Olá Valternice
    Penso que a questão é demasiado séria para se tratar à distância. Sugiro que consulte um bom cardiologista.
    Cumprimentos

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