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Porque já me chamam açoriano?

Ilha do PicoSegundo o dicionário, um açoriano é um natural ou habitante dos Açores. Não tenho habitação permanente no arquipélago, mas dada a quantidade de vezes que lá vou, começa a fazer sentido algumas pessoas me tratarem como tal. Mas porque vou eu lá tantas vezes?

A resposta mais natural seria em trabalho, mas não. Normalmente vou participar no Azores Trail Run ou vou apenas em lazer, em férias e visitar muitos dos amigos que por lá tenho.

Quando publico uma foto tirada nos Açores nas redes sociais, é habitual me contactarem a perguntarem pormenores de como lá ir, como visitar as ilhas, onde ficar, como subir a montanha do Pico, entre outras. Este artigo pretende de uma forma pouco exaustiva dar alguns pormenores que podem ser úteis a quem pretende visitar este paraíso em solo português.

VIAGENS

Há viagens desde o Porto e Lisboa em low cost com a Ryanair e em voos regulares da SATA. Em low cost para S. Miguel e para a Terceira, podem pedir encaminhando para qualquer outra ilha sem qualquer custo. Depois de marcarem voo na Ryanair, vão ao site da SATA e peçam encaminhamento. No prazo máximo de 24 horas a SATA irá colocá-lo na ilha pretendida sem qualquer custo.

ALOJAMENTO

Não falta onde ficar nas ilhas, desde hotéis, hostels, turismo de habitação e turismo rural. É uma questão de preço e de localização. Basta pesquisar.

QUE ILHAS VISITAR

A tendência dos viajantes é irem e ficarem por Ponta Delgada. Não tenho nada contra Ponta Delgada (é lindíssima) mas quando me perguntam para onde ir e se é a primeira vez que a pessoa vai aos Açores, a minha resposta é sempre que o façam para o Triângulo.

As ilhas do Triângulo são Faial, Pico e S. Jorge. A razão da minha resposta é muito simples: viajando para uma delas, poderão visitar as outras duas através do ferry boat que liga as 3 ilhas. Do Faial para o Pico são 30 minutos de viagem e para S. Jorge 1h30, podendo levar carro. O aluguer de carro é essencial para conhecerem qualquer uma das ilhas.

Neste artigo irei especificar as 3 ilhas que referi, ficando para um próximo artigo as restantes 4 que já visitei.

FAIAL

São muitos os locais de visita obrigatório nesta ilha sejam eles ligados à natureza ou ao ócio. O Peter’s (Café Sport) no centro da Horta, o seu famoso gin e o ambiente náutico com pessoas vindas de todo o mundo, onde atracaram na marina mesmo em frente é único e de visita obrigatória. Há vários restaurantes com peixe fresco onde o atum fresco é o ex-libris da região. Recomendo o Restaurante Atlético (Horta), o Playa e o Mini Mar na Praia de Almoxerife e o “Maria Evelina” na Praia do Norte.

Visite o vulcão dos Capelinhos (o mais recente território europeu), a caldeira do Faial (com cerca de 6 km de perímetro é um dos maiores vulcões do mundo). O farol da ponta da Ribeirinha (destruído por um sismo de 1998) merece ser visitado. De lá conseguirá ver tanto a ilha do Pico como de S. Jorge. Há vários trilhos marcados que poderá fazer como por exemplo o Faial Costa a Costa. Bem no centro, a praia de Porto Pim merece ser visitada assim como a fábrica da baleia, bem ali ao lado onde poderá ver a baleia que deu à costa da ilha aí exposta e que recentemente foi ali colocada. O Monte da Guia, o Jardim Botânico do Faial e ir de barco ver baleias e golfinhos pode ser algo que nunca irá esquecer.

Vulcão dos Capelinhos
Vulcão dos Capelinhos / Ilha do Faial

PICO

A meia hora de barco desde o Faial fica a ilha do Pico, a segunda maior do arquipélago. Apanhe o barco para a Madalena. A sua imponente montanha vê-se de todo o lado, não fosse ele o mais alto do país e aquela a que todos querem subir. São 2531 metros até ao Piquinho. Para lá ir deverá ir até á casa da Montanha que fica aproximadamente a 1200 metros de altitude e depois subir a pé, devagar e devagarinho usufruindo da deslumbrante paisagem. Na Casa da Montanha fará o Check-in e levará um localizador de GPS, pagará um valor que incluiu seguro. Convém fazer marcação pois há uma carga máxima na montanha. Entre subir e descer conte com 7 horas. Nem sempre dá para subir devido às condições climatéricas. Informe-se quanto a este facto. Se nunca subiu e não vai acompanhado por alguém que o tenha feito, sugiro que o faça com um guia de montanha. Há vários na ilha com muita experiência. Para os mais radicais, há a possibilidade de subir ao fim da tarde ou noite, dormir lá em cima e ver o nascer do sol.

Lagoa do Capitão / Ilha do Pico

Mas o Pico não é só montanha, a visita à gruta das Torres vale a pena. Trata-se de um túnel lávico, com cerca de 5 km onde 600 metros são visitáveis. Faça marcação. A visita inclui capacete e lanterna. O túnel não tem luz, o que o torna único pois não há quaisquer vestígios da intervenção humana. O guia que o acompanhará explicará tudo o que verá.

Cella Bar
Cella Bar

Para além da Madalena, visite também S. Roque e as Lajes do Pico. São a alguns quilómetros de distância, mas vale a pena. As estradas são boas e chega-se rápido. O planalto central é deslumbrante, verde e com lagoas que parecem mágicas. Percorra a Criação Velha com as suas vinhas património mundial e visite o Cella Bar (Edifício do ano, pela “Archdaily” em 2016).

 

S. JORGE

Quando ouvir falar sobre queijo da ilha, é de S. Jorge que estamos a falar embora os queijos e a carne dos Açores sejam todos de uma qualidade invulgar.

Esta ilha é como que um barco de 70 km virado ao contrário. Há o planalto e várias aldeias junto ao mar chamadas de Fajãs, alguma delas com menos de 10 habitantes. Visite a Fajã de Santo Cristo. Terá que andar a pé quase 5 km para lá chegar desde a fajã dos Cubres mas vale bem a pena. Quando lá chegar vá ao único restaurante lá existente e prove as ameijoas da própria fajã. Vai ficar surpreendido com o sabor e com o tamanho das mesmas. Na fajã dos Vimes, no café Nunes vai poder provar o único café plantado em território europeu e visitar essas mesmas plantações nas traseiras do café. Há muito mais fajãs, não as vai conseguir visitar todas mas de carro vai poder visitar algumas. Há vários trilhos marcados para poder passear e usufruir desta bela ilha.

Fajã dos Vimes / Ilha de S. Jorge

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Vitor Dias
Vitor Dias
Autor e administrador deste site. Corredor desde 2007, completou 65 maratonas em 18 países. Cronista em Jornal Público e autor da rubrica Correr Por Prazer em Porto Canal. Site Oficial: www.vitordias.pt

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