açores
Orientista francês Frederic Tranchand rendido ao trail e aos Açores
Foi uma das estrelas principais do Golden Trail Championship realizado nos Açores, ao conseguir a medalha de bronze na classificação geral. Vamos conhecê-lo um pouco melhor!
250 atletas correm em Santa Maria no próximo sábado
Ilha do Sol acolhe Columbus Trail pelo terceiro ano consecutivo
A ilha de Santa Maria, nos Açores, conhecida como Ilha do Sol, vai receber cerca de 250 atletas de 11 nacionalidades diferentes, que participam no Columbus Trail®, um evento desportivo de trail running com a chancela Azores Trail Run®. O Columbus Trail® é composto por três provas: Columbus Grand Trail – 77Km, Columbus Marathon – 42Km e Columbus Half Marathon – 22Km).
Açores inaugura primeiro trilho com sinalética específica

Foto: Paulo Gabriel
Primeiro trilho nos Açores com sinalética específica para a prática do trail running vai ser inaugurado no Faial.
Azores Triangle Adventure 2016
Thibaut Baronian e Sandra Koblmüller vencem a edição 2016.
Atletas da Salomon venceram todas as três etapas da prova, nas ilhas do Pico, São Jorge e Faial. Ler Mais
Inscrições para o Azores Triangle Adventure já estão disponíveis
Segunda edição da prova decorre no Pico, São Jorge e Faial, nos dias 7, 8 e 9 de outubro próximo.
As ilhas do Pico, São Jorge e Faial recebem, entre os dias 7 e 9 de outubro próximo, a segunda edição da Azores Triangle Adventure, prova de trail running com a chancela Azores Trail Run. As inscrições já estão disponíveis online, no site da prova (www.triangleadventure.com). Ler Mais
Azores Trail Run 2016 – O ser último
Deito-me e ainda vejo a lama. Nos ouvidos o zumbido do vento da caldeira. O aconchego da cama contrasta com o frio da casa do Flaminio. Ler Mais
Kamil Leśniak venceu o Trail Ilha Azul
O polaco precisou apenas de 7 horas, 6 minutos e 52 segundos para percorrer os 70 km daquela que foi a principal novidade da terceira edição do azores trail run® (atr). O evento, que decorreu este sábado, 28 de maio, no Faial, contou ainda com o já conhecido Trail Faial costa a costa, onde o português Tiago aires levou a melhor, e o trail dos 10 vulcões, onde a vitória sorriu ao austríaco Andreas Tomann. Outra novidade da edição deste ano foi o family trail.
A terceira edição do ATR fica marcada pelas condições meteorológicas bastante adversas que trouxeram dificuldades acrescidas aos atletas. Todavia, às 5 da manhã no Forte de São Sebastião, na cidade da Horta, os 70 atletas na linha de partida para a prova de 70 km – o recém introduzido Trail Ilha Azul – estavam longe de imaginar as dificuldades que os esperavam mais à frente.
Com um deslumbrante amanhecer atlântico como cenário, o grupo percorreu zonas ex-libris da cidade da Horta, como a Marina, e também alguns segredos escondidos dos trilhos faialenses.
Na Praia do Almoxarife, o polaco Kamil Leśniak assumiu a liderança e nunca mais a largou. O atleta da Inov-8, de 22 anos, tinha estado nos Açores em outubro/novembro último, na Triangle Adventure, prova da chancela ATR que se desenrola nas ilhas do Faial, Pico e São Jorge. Nessa altura Kamil classificou-se em segundo lugar e desta vez vinha apostado em fazer melhor.
Acabou por conseguir, 07h06m52s depois, ao chegar a Vulcão dos Capelinhos depois de uma travessia agreste, muito fria e molhada, pela Caldeira.
Com mais 22m11s que Leśniak, Cláudio Quelhas ocupou a segunda posição do pódio, fechado pelo espanhol José Fernandéz.
Nas mulheres, Carla Cristina foi a mais rápida, ao concluir o percurso em 10h49m21s.
Destaque para o primeiro atleta açoriano, o faialense Roberto Duarte, do Clube Independente de Atletismo Ilha Azul, sexto da geral.
A nebulosidade, o frio e a chuva tornaram o percurso e o próprio trilho cada vez mais difíceis, o que se refletiu no número elevado de atletas que não conseguiram concluir o percurso (15).
FAIAL COSTA A COSTA – 46 KM
A terceira edição do Faial Costa a Costa arrancou da freguesia da Ribeirinha às 09h30, com 209 atletas na linha de partida. O início da prova caracterizou-se por muita animação, no entanto, à medida que o percurso se alongava para o interior da ilha e as condições meteorológicas pioravam, foram surgindo mais dificuldades aos atletas. Ainda assim, o português Tiago Aires conseguiu completar os 46 km do percurso em 04h31m02s. A melhor marca até hoje na prova continua, no entanto, a ser a do espanhol Tofol Castanyer, vencedor em 2015, com um tempo de 03h55m10s.
Aqui o pódio foi dos portugueses, com Miguel Martins a classificar-se em segundo, a cerca de 10 minutos do primeiro, seguido de Jerôme Martins.
Sara Brito, 13.ª da geral, foi a melhor mulher em prova (05h26m36s). Nos açorianos o destaque foi para o “Morcego Saulo”, da equipa “Morcegos Trail”, em quarto lugar. Dário Moitoso foi o melhor faialense em prova (7.º da geral).
Também esta prova ficou marcada por muitas desistências: dos 209 na linha de partida, apenas 160 concluiriam o percurso.
TRAIL DOS 10 VULCÕES – 22 KM
No Trail dos 10 Vulcões as dificuldades começaram logo de início, com muita chuva e frio na Caldeira, local de partida da prova. Aqui a vitória sorriu ao austríaco Andreas Tomann, que no dia antes se tinha sagrado vencedor do Km Vertical da Montanha do Pico, primeira prova de skyrunning nos Açores e que também conta com a chancela ATR. Tomann demorou 01h43m02s a concluir os 22 km do percurso. Nesta prova a melhor marca continua a pertencer ao faialense José Batista, que em 2014 concluiu o percurso em 01h35m39s.
Depois de Tomann, dois açorianos para fechar o pódio: o faialense Rui Silveira classificou-se em segundo lugar, a 04m44s do vencedor, seguido do picoense Ricardo Ávila.
Destaque para Ester Alves, uma das atletas revelação do trail nacional no ano passado, que se classificou em 8.º da geral e foi a melhor mulher em prova.
Nesta prova, de percurso bastante inferior às outras, as desistências foram menos, apesar da dureza do percurso ser a mesma: dos 275 atletas na linha de partida apenas cinco não concluiram a prova.
FAMILY TRAIL – 10 KM
Outra das novidades desta edição do ATR foi a introdução do Family Trail, uma prova de 10 km com o intuito de dar a oportunidade de competir aos que se iniciaram há menos tempo nas corridas, bem como de proporcionar uma caminhada agradável às famílias que alinhassem na iniciativa.
O agravamento do estado do tempo obrigou a alterar o ponto de partida da prova, que largou da Casa das Lavadeiras, junto à Caldeira.
O mau tempo não demoveu grande parte dos inscritos, com 94 participantes a comparecer na linha de partida. Destes, apenas um desistiu.
Quanto às classificações, Rui Escobar foi primeiro, com 42m35s, seguido de Otávio Melo e Nelson Amaral.
Concurso Azores Trail Run (inscrição + viagem + hotel)
O CorrerPorPrazer.com, em parceria com a organização do Azores Trail Run irá oferecer a possibilidade de poder participar na edição deste ano desta magnifica prova, que se realizará a 28 de Maio. Ler Mais
Azores Trail Run – Quase todos querem voltar
Resultado de inquérito aos atletas mostra que a maior parte aproveitou para ficar alguns dias na ilha e fazer turismo. Ler Mais
Azores Trail Run por dentro e por fora – crónica de um ansiado regresso ao triângulo
Sentado em busca de concentração sinto a mente vaguear e com ela aparentemente também o corpo. Sinto-o balançar. Sinto-me balançar. Olho as pernas e confirmo a imobilidade.
Desisto. Entrego o comando. Estou na Caldeira a marcar o trilho debaixo de um cerrado nevoeiro. Levanto os olhos e não vejo a bandeirola seguinte. Volto a cabeça em direcção a um ruído de passos e adivinho o Delcio num vulto que a pouco mais de três metros se aproxima, carregando um molho de canas.
Volto a sentir o balanço das pernas e estou agora em alto mar na companhia de inestimáveis companheiros capitaneados pelo comandante Hélder Bacalhau e contramestre Dulce: a melhor, e seguramente a mais acolhedora, dupla de pescadores do Faial. Sinto a maresia enquanto perscruto o horizonte em busca de um bando de cagarros ou de um grupo de delfins, seguros indicadores da presença de pescado. Descanso as pernas sentando-me agora na proa e quase tocando os golfinhos que nos acompanham. Os salpicos passam a chuveiro, mas eu recebo-o como poção mágica destinada a contrariar o sono de uma noite dormida à pressa entre as 2 e as 6 da manhã. Estendo-me cerimoniosamente no convés tentando distender os músculos e aquecer as carnes aos primeiros raios de sol da manhã.
Fecho os olhos e passo o dia anterior à pescaria em revista, recordando a beleza e a dureza dos primeiros quilómetros, percorridos a ritmo controlado, contrastando com a impaciência de atletas mais jovens que atacavam as subidas com se o mundo estivesse a fugir-lhes debaixo dos pés, para logo em seguida se lançarem furiosamente ladeira abaixo.
Lembro-me de alargar a vista até ao horizonte e de ficar inebriado com o verde das ímpares encostas do Faial. O farol da Ribeirinha lá ao longe e o Pico no horizonte, do outro lado do Canal, sempre envolto numa misteriosa e irrequieta bruma que no seu jeito provocador ora destapa um flanco para nos revelar mais uma porção do contorno desta magnífica montanha adormecida, ora cobre um outro fragmento que ainda há pouco estava perfeitamente a descoberto.
Revivo rostos e conversas, com o Vitor e os Migueis como denominador comum, donos de impagáveis humor e boa disposição com que tive o privilégio de uma vez mais partilhar uma aventura do primeiro ao último metro.
Atacamos agora a subida à Caldeira mais parecendo um grupo multicultural de excursionistas que vai rindo e trocando experiências à medida que se vai debatendo com estes longos e íngremes “esses” que nos despejarão na bordadura do vulcão. Mais do que demonstrador de boa disposição, o riso é sinónimo de uma felicidade sem igual.
Revivo a chegada ao abastecimento que antecede a bordadura da Caldeira, onde somos saudados como heróis, como se a prova estivesse já concluída. Gente boa, muito boa, ao longo de toda a prova. Uma organização inexcedível, composta por voluntários de todas as idades. Rostos que jamais esquecerei. Despedimo-nos deste como de todos os pontos de abastecimento, com a habitual exclamação do Miguel: “vamos embora, se não há cerveja não estamos aqui a fazer nada”
Cerveja não faltaria à chegada. Nem cerveja nem uns magníficos carapaus de escabeche, com que eram presenteados todos os atletas assim que cruzavam a linha de meta, após mais uma épica chegada aos Capelinhos, para onde o meu pensamento me transporta de imediato, e onde me vejo a cortar a meta na companhia dos três companheiros com quem partilhei a aventura. Do lado de lá da linha estão os incansáveis Mário Leal e João Melo, os grandes obreiros deste evento de excelência a quem manifesto a minha gratidão por me concederem o privilégio de uma vez mais fazer parte desta tão especial família, recebendo os atletas um a um. Recordo o mergulho nas frias águas do Atlântico poucos minutos após a chegada, mas apenas após ter aviado uns quantos carapaus regados com cerveja.
A noite, terminada no Peter’s, foi destinada a celebrar a façanha desse dia: quarenta e oito quilómetros de permanente celebração do privilégio de estar vivo, ao longo da mais bela prova em qua alguma vez participei. Oito horas para percorrer 800 mil anos desde a parte mais antiga do Faial até à mais recente da Europa.
Foto: José Macedo
Azores Triangle Adventure
Prova de Trail por etapas, no triângulo com 130 km.
Azores Triangle Adventure decorrerá a 30, 31 de outubro e 1 de novembro, contará com três etapas em três dias e percorrerá os trilhos das paisagens mais emblemáticas do Faial, Pico e São Jorge, num total de mais 130 quilómetros e com um desnível positivo equivalente a subir o Evereste. Ler Mais