Correr realmente por prazer. Correr à chuva só não é a melhor coisa do mundo para quem nunca experimentou.
Num destes dias de temporal outonal, preso no trânsito da Ponte do Freixo, espreito em direcção à zona ribeirinha de Oliveira do Douro, de generosa via pedonal, e vislumbro um solitário corredor a enfrentar o vento e a chuva intensa.
De imediato recordei-me de tantos treinos e provas que fiz sob semelhantes condições atmosféricas. A chuva que nos tolda a visão, o vento que nos rasteira, o granizo que pesa nos ombros.
E, do mesmo modo, recordei-me do conforto de chegar a casa. Um banho retemperante, uma bebida quente, um segundo pequeno-almoço, a lareira acesa e um resto de dia ocioso.
Ao refletir sobre tudo isto, entre mais um pára-arranca, pensei em algo que nunca me tinha ocorrido antes: o prazer da corrida não é apenas o “durante”, mas também muito o “depois”.
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