Domingo, 6h15 da manhã. Tenho que ir correr, mas não me apetece.
Mais uma volta na cama e levanto-me.
6h40.
Penso em desculpas para voltar a dormir. Não há nenhuma.
Penso em motivos para ir correr: há muitos.
Levanto-me.
Que frio. Que sono.
Em modo zombie ligo a máquina do café.
Pego no equipamento, volto a pousá-lo. Fico a olhar para ele.
É preciso tanta coisa para ir correr?
Com o frio que está, às tantas até é pouco…
Bebo o café enquanto penso em voltar à cama.
Lá fora ainda é de noite. Não está tanto frio como ontem. Hoje não há geada no descampado. Mais uma desculpa que se perde.
E se ficasse a treinar por casa? Não é a mesma coisa.
Ir correr onde?
Nenhum dos percursos habituais me apetece, muito menos tirar o carro da garagem.
Tenho que estar cedo em casa.
Há compras para fazer e um recolher a cumprir.
Vou onde?
Para a cama.
Não. Tenho que correr. Preciso correr.
Visto o equipamento. Ligo os “phones”. Ligo o Spotify.
É hoje que vou para a rampa. Se ficar ali uma hora, dá um bom treino.
Depois de uma hora a engonhar… 7h40. Lá fui eu. Cheio de sono e frio, para a rampa.
Cinquenta minutos, 6km, 400 D+.
Soube-me pela vida e, só não fiquei lá mais tempo, porque dois cães acordavam a vizinhança toda sempre que eu passava (e tenho a impressão que o rotweiller ia acabar por deitar o portão abaixo).
Tenho este eterno problema com os cães. Até aprisionados me assustam.
E a vontade venceu a preguiça.
Sobre António Pinheiro
Profissional de marketing, músico e corredor por prazer. Corre na estrada, no monte e de um lado para o outro na vida, atrás e à frente dos filhos.