Os restaurantes de autor, estrelas Michelin ou vulgo gourmet são um misto de requinte, pouca comida e um preço proibitivo para a maioria dos apreciadores da boa comida.
Ora, se fizermos uma analogia gastronómico/trail, não faltam por esse país fora provas comparadas a restaurantes de alta gastronomia, bistrôs, comida rápida, churrascarias, pizzarias, tascas, casas de pasto, vegetarianos e um mais sem número de estabelecimentos, onde com mais ou menos dinheiro nos aconchega o estômago nas mais variadas ocasiões.
No passado sábado foi dia de meter os “pés debaixo da mesa”, desapertar o cinto e rumar a norte para uma barrigada dos melhores petiscos que o nosso país comporta, o Douro.
Mas quem vai para uma prova tem que estar preparado para tudo, inclusive não correr ou então ver reduzido o repasto para umas sandes de couratos, numa roulotte à beira da estrada.
O que aconteceu é que na véspera do esperado almoço de 46 km, houve água a mais e, nestes casos, nem um arroz malandrinho resiste a tanta humidade. As ribeiras encheram-se e o Chef Carlos Sá viu-se obrigado a reduzir os 46 km para 20 km.
Aí é que a coisa ficou gourmet. Menos comida no prato, mas apresentado em salva de prata. Um dia soalheiro, com o repasto a ter início na Quinta do Vesúvio, entre o rio e a linha do Douro que liga o Porto ao Pocinho. Paisagem de cortar a respiração e os odores e os taninos do Douro nos nossos narizes e imaginados palatos.
Apesar do prato ter sido reduzido em quantidade, a qualidade é do melhor que se pode imaginar. Para quem conhece, Vila Nova de Foz Côa e a sua zona envolvente, saberá do que estou a falar. Se não sabe tem que lá ir pois não há palavras nem fotos que descrevem a beleza desta região.
A mesa estava posta entre as vinhas, o Douro, as oliveiras e as magníficas amendoeiras que estão flor nesta altura do ano.
A sobremesa foi servida no centro de Vila Nova de Foz Côa, onde o mestre de cerimónias Joca Speaker recebia em grande apoteose os muitos atletas, entre eles os muitos estrangeiros que nos visitam e que nos fazem ver que vivemos num país extraordinário.
Não faltaram também vários menus infantis, dando a entender que o futuro destas petiscadas estará assegurado para aqueles lados.
A originalidade dos percursos, a qualidade dos ingredientes, as texturas e os aromas são coisas que a equipa de cozinheiros do Chef Carlos Sá nos deixa sempre de barriga cheia e cada vez mais com água na boca.
Venham ao Douro. Não precisam do “tripe” nem do “advaizer”. Visitem sim a carta do Carlos Sá Nature Events pois esta está sempre a ser atualizada com as melhores das iguarias.