Haruki Murakami é um dos escritores japoneses contemporâneos mais divulgados em todo o mundo e como se isso não bastasse é corredor como nós.
Esse facto dá-nos logo vontade de ler os seus livros e em especial este em que nos fala das suas corridas de longas distância e das suas provas de triatlo.
Tenho pouca memória. Sou capaz de ver um filme e passados uns anos ver o mesmo filme e não me lembrar de nada. Mas com um livro isso já não acontece, o que de alguma forma me faz crer que ler é mais penetrante, talvez porque a leitura nos faz idealizar e não apenas ir saboreando as imagens que um filme nos vai incutindo, deixando os nossos neurónios repousar ao sabor da preguiça.
Peguei neste livro que pela primeira página vi que mo tinham oferecido quando comecei a correr, portanto há 13 anos. Encontrei no seu interior uma fatura de um hotel de Milão e um bilhete da entrada na Storehouse da Guiness em Dublin, ou seja, levei-o comigo nas viagens que fiz para as maratonas de Milão (2011) e Dublin (2017.
Nunca o li, não sei o porquê, talvez por me ter surgido algo mais interessante durante as viagens e porque dificilmente consigo ler num avião.
Desta feita peguei nele e li-o em 24 horas. Tudo muda. Tudo depende do nosso estado de espírito, predisposição e de tempo disponível (o confinamento não traz só coisas más).
Ao longo deste livro revi na minha memória o percurso da maratona de Atenas (que o autor fez sozinho, fora do dia de prova e em sentido contrário) assim como a maratona de Boston, a cidade, os pormenores desta e todos os sentimentos, dores e angústias que uma maratona nos provoca.
Um livro absorvente para ler em pouco mais de tempo que aquele em que percorremos a mítica distância.
Neste momento o livro “Auto-retrato do escritor enquando corredor de fundo” está disponível no site da Wook com 10% de desconto.