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Porrada na Corrida! (ok… foi só uma altercação…)

Porrada na Corrida! (ok… foi só uma altercação…)Foi na Maratona de Barcelona, já perto do fim. Mas antes… Há uns anos, enquanto treinava com o Vitor Dias e nos preparávamos para atravessar a estrada, um condutor gentilmente abrandou e deixou-nos passar. “É corredor!”, disse o Vitor, se não fosse corredor, não nos deixava passar.

Por oposição, nas provas de estrada na cidade do Porto (e acredito, outros pontos do país) é comum ouvirmos transeuntes reclamarem da confusão, do barulho, da estrada cortada, do “autocarro que hoje não passa”.

No mesmo registo, deu nas vistas uma publicação de Manuela Moura Guedes nas redes sociais, também a propósito dos efeitos de uma corrida no trânsito e, mais recentemente, a Corrida de S. João foi deslocada do Porto para Gaia, precisamente para “aliviar a pressão” sobre a zona da cidade onde a prova decorria.

Se é verdade que há cada vez mais corredores pelas ruas das nossas cidades, vilas e aldeias, também é certo que a proliferação de provas e eventos de corrida causa transtorno àqueles a quem a corrida pouco ou nada diz. E este problema não é apenas do nosso país.

E chegamos à Maratona de Barcelona.

Não consigo precisar o quilómetro, mas terá sido perto dos 30. Numa das largas artérias da capital catalã, duas faixas estavam destinadas à prova, enquanto uma terceira permanecia dedicada à circulação automóvel, circulação essa obviamente condicionada e controlada pela polícia.

Estando a fila de carros parada, um impaciente automobilista desata a buzinar insistentemente, sendo de imediato advertido por um dos espectadores da prova. Acto contínuo, o condutor sai do carro com visíveis intenções de agredir o espectador, chegando mesmo a dar-lhe um violento empurrão, mesmo estando o espectador com uma criança pequena pela mão. Caldo entornado: alguns atletas que passavam mesmo em frente ao desacato e elementos do público, viraram-se ao condutor, sendo este colocado de novo dentro do carro, com a porta a bater violentamente. Continuei a correr e não me apercebi do desfecho desta altercação, mas a polícia estava ali bem perto, precisamente a controlar o trânsito.

Esta história mostra duas coisas: primeiro, que eu corro mesmo devagar para poder descrever com detalhe a cena; segundo, falta de civismo, há em todo o lado.

Apesar de tudo, a coisa em Portugal parece-me mais pacífica, resumindo-se a uns “ide mas é trabalhar! ‘Tá aqui uma pessoa à espera do autocarro e estes malandros todos aqui a correr…”

Mal por mal… sempre é melhor que ser atacado por um condutor em fúria.

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António Pinheiro
António Pinheiro
Profissional de marketing, músico e corredor por prazer. Corre na estrada, no monte e de um lado para o outro na vida, atrás e à frente dos filhos.

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