Precisamente 900 anos após a conquista do Castelo de Óbidos por D. Afonso Henriques, sob o romantismo do luar e sobre a dureza das rochas, areia e lama, decorreu no passado sábado esta já consagrada prova do calendário de ultra maratonas nacionais. Uma prova diferente, bonita, dura e acima de tudo bem organizada.
Não faltou nada às centenas de atletas que rumaram no passado fim de semana á bonita vila histórica de Óbidos. Não fosse a tão acolhedora terra o suficiente para receber o vasto pelotão e respetivas famílias, a prova coincidiu com o mercado medieval, o que fez com que o colorido das ruas e os milhares de visitantes dessem um tom muito especial à prova.
Com partida simbólica das 3 provas (50 Kms, 25 kms e caminhada) às 21h00, foi bonito ver todo o pelotão passar pelas ruas principais, com os obidenses e forasteiros espantados de como poderia tanta gente começar a correr aquela hora e alguns deles regressarem ao castelo 9 horas depois.
A prova é bastante diversificada no que respeita ao trajeto, há para todos os gostos: estradões, alcatrão, terra, lama, arribas, dunas, canaviais água e areia, muita areia. Não é por falta de diversidade que os atletas se queixarão, antes pelo contrário.
Não é uma prova fácil, é dura e poderá surpreender os menos habituados a estas andanças. O facto de ser de noite é por si só uma condicionante, embora estejamos convencidos que será essa uma das principais razões pela qual as inscrições se esgotam em poucos dias.
Em termos organizativos, denota-se desde logo que a prova é idealizada por corredores, dando aos demais tudo aquilo que eles esperam. Entregas de peitorais a decorrer de forma organizada e sem demoras, partida sem confusão, marcações da prova bem visíveis, bons abastecimentos, gente voluntariosa e simpática, sistema de controlo eletrónico funcional e prémios de presença originais.
Apenas algumas sugestões à organização. Devido ao aglomerado de atletas na parte inicial da prova, houve várias paragens no atravessamento de um curso de água. As queixas não foram por terem que passar a água mas o estar parado á espera de vez para o fazer. Outras das queixas foi algumas falhas nas marcações na parte final da prova, o que fez com que alguns atletas fizessem uma pequena parte fora do percurso. O “assalto ao castelo” (parte final da prova) foi também algo de críticas dada a dureza e perigosidade da subida e descida que antecedeu a entrada no burgo.
Em resumo, uma prova que vale realmente a pena, dura mas bela, com uma envolvência especial. Ideal para levar a família pois são muitos os locais de diversão e de visita.
Parabéns a todos os que participaram e obrigado á organização que esteve á altura do esperado.
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