Esta poderia ser uma frase que os organizadores de provas de trail poderiam trocar entre si. Se a quantidade de provas de trail cresceram exponencialmente, não é menos verdade que a maioria delas insere nos seus percursos verdadeiros calvários para todos aqueles que se predispõem a tais aventuras.
E parece que é isso que o corredor atual gosta. Quanto mais dura é a prova, quanto maior o desnível, quanto mais lama e quanto mais escaladas, mais atletas se inscrevem.
Mas isto será trail, provas de aventura ou uma moda onde todos querem alinhar? Parece que quem não alinha será considerado fraco e sem coragem.
Para além da extrema dureza de algumas provas que se realizam em Portugal, há também o factor perigo ao qual se deveria de dar mais importância. Felizmente ainda não houve nenhuma desgraça mas pelo andar da coisa, qualquer dia vamos ouvir os orgãos de comunicação social a falar do trail pelas piores razões.
Seria altura das organizações das provas se concentrarem naquilo que o atleta realmente gosta e do que é realmente importante: boas paisagens por locais onde dificilmente se iria noutras ocasiões, fartos convívios, tertúlias e conferências associadas, consciencialização ambiental, entre outras iniciativas que trariam mais valias à modalidade.
Quanto aos atletas, escolham provas seguras e que vos ofereça confiança organizativa. Não vão pela dureza da prova mas por toda a sua envolvência. Juntem grupos de amigos, participem em grupo e sem stress quanto ao tempo final.
Façam da corrida na montanha um prazer e não uma competição aguerrida. Não se sintam inferiorizados se o seu vizinho ou colega de treino chegou 2 horas antes de vocês. Dificilmente ele terá tirado mais prazer da corrida do que vocês.
Corram em grupo, desfrutem a montanha, conheçam novos corredores, corram a um ritmo que vos possibilite conversar e irão ver que a dureza das provas não lhes vai fazer falta para que a corrida os complete e lhes dê prazer.
Boas corridas.
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