Hoje, 7 de agosto, é comemorado o Dia do Maratonista. A homenagem prestada a todas as pessoas que conseguiram completar os 42,19m de uma maratona.
Saiba porque se comemora hoje e graças a quem.
Este dia comemora-se graças ao etíope Abebe Bikila que nasceu em 7 de agosto de 1932.
Filho de pastores, foi o primeiro atleta a vencer duas maratonas olímpicas – Roma 1960 e Tóquio 1964.
Um acidente automobilístico, em 1969, deixou-o paralítico. Quatro anos depois, em 23 de outubro de 1973, Bikila faleceu vítima de uma hemorragia cerebral.
Desde 2012, o atleta está imortalizado no Hall da Fama da Federação Internacional de Atletismo (IAAF, na sigla em inglês).
Curiosidades sobre Abebe Bikila:
- Bikila entrou para a equipa que viajaria a Roma, em 1960, praticamente quando o avião já se preparava para partir. Ele substituiu Wami Biratu, que havia partido o tornozelo durante um jogo de futebol.
- Patrocinadora dos Jogos Olímpicos de 1960, a adidas tinha poucos pares de sapatilhas disponíveis para os atletas. Bikila experimentou alguns, mas não se sentiu confortável com nenhum deles. Resultado: foi campeão olímpico correndo descalço.
- O seu técnico, Onni Niskanen, comentou que o atleta com o número 26 seria o grande concorrente dos etíopes na prova. Tratava-se do marroquino Rhadi Ben Abdesselam. Contudo, o atleta rival havia participado em provas de pista na Olimpíada, quando utilizou o número 185. Rhadi acabou utilizando o mesmo número para a maratona. Durante a prova, Bikila estava “caçando” o número 26, enquanto disputava a prova contra um corredor com o número 185 – justamente Rhadi. No fim da prova, o etíope venceu (2h15’16”, recorde mundial na época) e o marroquino foi o segundo, 25 segundos depois.
- De volta a seu país como herói, criou-se um ditado dizendo que foram necessários um milhão de soldados italianos para invadir a Etiópia e apenas um etíope para conquistar Roma. A referência dá-se por conta da Guerra Ítalo-Etíope, que durou entre 1935 e 1936, quando a Itália de Benito Mussolini invadiu Abissínia, hoje chamada de Etiópia.
- 40 dias antes da maratona dos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 1964, Bikila sentiu fortes dores e sofreu um colapso ao tentar continuar a correr. No hospital, foi diagnosticado e prontamente operado com apendicite aguda. Mesmo antes da alta médica, já fazia pequenos treinos à noite no jardim do hospital.
- Calçado por exigência dos organizadores, Bikila conseguiu novamente bater o recorde mundial: 2h12’12”.
- A organização da Olimpíada esqueceu-se de providenciar a partitura do hino etíope para que fosse tocado após o atleta receber a medalha. Então, a conquista do ouro foi comemorada ao som do hino japonês.
- Bikila também foi à Cidade do México para as Olimpíadas de 1968 – em que, simbolicamente, utilizou o número 1 –, mas, durante a prova, no quilómetro 17, sentiu uma lesão no joelho e abandonou. O seu compatriota, Mamo Wolde, foi o grande campeão. Ele declarou que se Bikila não se tivesse lesionado, certamente ganharia o tri.
- Após a sua morte, em 1973, 75 mil pessoas acompanharam o funeral e o enterro do herói nacional. O Imperador Haile Selassie declarou um dia de luto na Etiópia.
Fonte: A Sua Corrida (adaptado)