Acordou cedo, como em qualquer Domingo em que vá correr. Gosta de correr cedo, para chegar a casa cedo. O sol espreitava pelas frinchas das janelas.
Cirandou pela casa a espantar o sono e a ganhar vontade para se equipar e sair. Tinha o relógio carregado, música no telemóvel, equipamento preparado de véspera.
Primeiro ataque do inimigo. A esta hora da manhã é normal, Primeira luta. No fim, fica aquela sensação de que haverá uma segunda vaga. Ainda é cedo, é melhor aguardar por casa, para não haver surpresas na rua.
Segunda vaga.
Agora, a coisa parece ter acalmado.
Tudo pronto e o treino começa.
Objectivo: um circuito de 18km, com um D+ de 500 m.
Contudo, por volta do quilómetro 3, quando se inicia a primeira longa subida, o inimigo volta a atacar. Um primeiro aviso. Pode ter sido só isso mesmo… um aviso. Mas, já perto do fim da elevação, apercebe-se que foi um aviso de um ataque mais forte. E agora?
Olha em volta à procura de uma trincheira segura. Campo aberto, demasiado exposto. Há um bunker lá em cima, mesmo no topo. Estará aberto?
É obrigado a caminhar. Cada tentativa de corrida desperta a fúria do inimigo.
Caminha como pode, olhando em redor, à procura de um eventual esconderijo de recurso. O bunker! Está ali e está aberto.
É o ataque final. Ele aguenta a furiosa descarga. Agora sim… o inimigo parece ter ido embora de vez. Mesmo assim, aborta o plano de fazer 18km e volta a casa pelo mesmo caminho, completando apenas 13km. É melhor assim, jogar pelo seguro, não vá o inimigo voltar a aparecer de surpresa naqueles 5km extra e nos quais não haveria hipótese de refúgio.
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