Perante a situação que se vive em Portugal e Espanha devido à pandemia da COVID-19, o grupo de investigação MaPS – Modeling and Planning Systems do CICS.NOVA/NOVA FCSH e o Grupo de Investigación Social y Educativa de la Actividad Física y del Deporte (GISEAFE) do INEFC/UdL lançaram um estudo de âmbito ibérico sobre os impactos ao nível da prática dos principais desportos de ar livre que resultam das medidas extraordinárias de confinamento impostas aos cidadãos.
O questionário foi realizado em simultâneo e mais de 95% das respostas foram obtidas entre os dias 30 de Abril e 8 de Maio, com maior incidência no dia 30 de Abril (65% de todas as respostas recebidas).
Responderam a este inquérito 2.777 desportistas, na sua grande maioria portugueses (2.309) e que praticam essencialmente corrida (estrada e trail running) havendo ainda praticantes de outras modalidades como ciclismo, BTT, Triatlo e águas abertas.
Em ambos os países, cerca de 60% dos atletas disseram que reduziram às suas atividades, 14% que não fizeram qualquer alteração aos seus planos de treinos e 10% responderam que até treinaram mais.
Talvez devido às diferentes restrições de confinamento existentes nos 2 países, 70% dos espanhóis passaram a treinar indoor, enquanto que em Portugal apenas 26% o passaram a fazer dessa forma.
No que respeita à participação em provas, praticamente todos os atletas disseram terem sido afetados pela pandemia e que 40% dos valores pagos nas inscrições não lhes foram reembolsados.
Quanto ao futuro, os atletas mostram-se otimistas. 94% dos portugueses e 89% dos espanhóis não pensam abandonar as suas atividades desportivas, embora a maioria pense que a sua capacidade técnica e física irá ficar ligeiramente afetada pelo COVID-19.
Para terminar e no que respeita à participação em provas, tanto portugueses como espanhóis acham que a normalidade só será atingida dentro de 8 meses.