Em plena Serra da Freita, nas imediações da povoação de Rio de Frades, surge um novo conceito de trail aventura em Portugal, com a sua 1.ª edição a tomar lugar no próximo dia 23 de maio. José Moutinho, da Confraria Trotamontes, carinhosamente apelidado de “Pai do Trail Nacional”, construiu o enredo da aventura que promete desafiar os mais destemidos a ficar para a História.
As Voltas do Impossível: a “eternidade” a 5 voltas de distância
Inspirado na Maratona de Barkley, criadas pelo icónico Greg “Lazarus Lake” Cantrell, José Moutinho importou o conceito das provas e criou o argumento das Voltas do Impossível, o qual remonta ao conturbado período de 1942. Então, as aldeias arouquenses de Regoufe e Rio de Frades eram palco privilegiado na exploração do Volfrâmio, metal imprescindível na corrida às armas durante a II Grande Guerra. Em homenagem aos milhares de mineiros que, à data, procuraram transformar o seu destino, as Voltas do Impossível chegam a Arouca para pôr à prova os mais corajosos.
O percurso contempla 5 voltas, cada uma com uma extensão de cerca de 21 kms e 1.500 m de desnível. Cada itinerário começará e terminará na aldeia de Rio de Frades, iniciando-se no sentido dos ponteiros do relógio e alternando a sua orientação nas voltas seguintes.
Uma prova cheia de simbologia e apenas para os mais audazes
Apenas 50 participantes poderão aventurar-se nesta missão e serão postos à prova desde o momento de candidatura: através de um email, deverão expor as razões pelas quais pretendem participar, juntamente com um breve currículo onde deve constar, no mínimo, uma prova superior ou igual a 100kms.
No momento da aprovação da inscrição, o participante receberá uma “Carta de Condolências”, sendo necessário o pagamento de um valor de participação de 19.58€ (que representa o ano do nascimento do criador da prova em Portugal), além da obrigatoriedade da oferta de uma cerveja artesanal e de uma matrícula de automóvel.
A partida poderá ser a qualquer hora entre as 00h00 e as 12h00 do dia da prova. Os atletas serão informados apenas com uma hora de antecedência pelo toque de uma corneta, que ajuda na caracterização de todo um ambiente fúnebre, sendo a partida dada pelo acender de uma lanterna de petróleo.
Durante o percurso, os aventureiros em competição terão de recolher 13 caixas com livros de Guias de Transporte – utilizadas para transportar Volfrâmio na época – que serão o comprovativo de passagem no local e, sem as quais, serão desqualificados. Os desistentes serão homenageados com a célebre melodia “Taps”, tocada por um corneteiro, comumente associada aos funerais militares das Forças Armadas dos Estados Unidos da América.
Para agravar o nível de exigência, não existirão postos de abastecimentos ao longo do percurso: o atleta só terá apoio alimentar ou material na base inicial, à imagem dos mineiros que, também eles, eram abastecidos pelas respetivas mulheres na partida para a viagem.
Munidos apenas do material indispensável e obrigatório – um apito, uma manta térmica, um telemóvel e um relógio com GPS – os atletas terão um total de 15 horas para completar a aventura. As 3 primeiras voltas, denominadas de “Fun Race”, terão um controlo limite de 9 horas, e só passarão para as voltas seguintes, os atletas que concluírem essa etapa antes do tempo. A quarta volta, por sua vez, terá um limite de 3 horas.
Reza a lenda que apenas poucas dezenas de pessoas conseguiram completar as Maratonas de Berkeley, mas aqueles que, desafiando todas as improbabilidades, conseguirem terminar as 5 Voltas do Impossível, verão os seus nomes “imortalizados” para a Eternidade, numa rocha de Xisto em Rio de Frades, provando ser possível o impossível.
Alguns encontrarão o que procuram, outros não…
O momento de trocar As Voltas ao Impossível, chegou.
Ideia muito fixe!
Com GPS não vale…
Não é Berkeley é Barkley…
Olá Nuno.
Obrigado. Sim a designação é Barkley tal como aqui já o tinhamos noticiado.
Quanto ao GPS não sei se será para navegação ou para posterior verificação mas na Barkley de facto ele não existe.
Cumprimentos