São inúmeros os fóruns onde se discute a interacção entre automobilistas e ciclistas, entre peões e cicloturistas, entre corredores e caminhantes, entre ser-se civilizado e o seu exacto contrário.
Muitos tentam resumir o tema a uma questão de direitos e de deveres, mas quer-me parecer que se trata de uma coisa tão simples quanto o respeito. O respeito pelo próximo.
Vivo numa bela cidade litoral, banhada pelo rio Douro e pelo Oceano Atlântico, onde as pessoas desfrutam das magníficas vistas marginais para correr, caminhar ou passear de bicicleta.
Que admirável poderia ser uma cidade onde peões e ciclistas pudessem conviver em harmonia, onde todos percebessem que não basta a um automobilizado autarca pintar uma bicicleta no passeio para o transformar numa ciclovia; onde os ciclistas percebessem que da mesma forma que uma rua não é uma pista de automobilismo, também uma ciclovia não é uma pista, como alegam gritando quando passam a alta velocidade pelo meio de peões, corredores ou caminhantes de todas as idades, pondo em risco e provocando amiúde acidentes entre caminhantes.
Convém não esquecer que automobilistas somos todos, e ciclistas também e peões também. Somos o peão que está preparado para insultar o automobilista se aquele não parar na passadeira e somos o automobilista faz slalom entre os peões que atravessam fora da passadeira.
Somos o cicloturista que se queixa dos automobilistas, mas que achamos normal atravessar a 30 km/h a ciclovia da marginal numa manhã de domingo, onde correm e caminham pessoas de todas as idades, onde avós levam netos a passear, onde se passeiam carros de bebés, onde crianças tentam desajeitadamente colocar-se pela primeira vez em cima de uns patins.
Uma vez que o tema, apesar de simples, parece demasiado complexo comecemos, então, pela sua base. Concentremo-nos unicamente na corrida e no respeito entre corredores e corredores. Quando treinamos na marginal é muito agradável podermos alargar as vistas ao longo do espelho de água e usufruir da paisagem que o rio ou o oceano nos proporciona, mas há que ter em atenção ao caminho; não convêm embater de frente num poste de iluminação, num sinal de trânsito, numa paragem de autocarro ou nalgum outro atleta que siga na mesma direcção mas em sentido oposto. Se quanto aos equipamentos urbanos a solução é simples, basta que estejamos atentos e nos desviemos, já no que diz respeito à possibilidade de chocarmos com outra pessoa essa questão nem sequer se põe, pois em Portugal circula-se pela direita! Portanto, meus amigos, quando estiverem a treinar na marginal lembrem-se do sentido de circulação. Se tiverem o rio ou o mar à vossa direita, aproveitem bem as vistas, mas quando correm com estes elementos cénicos à vossa esquerda não se esqueçam de se encostar à parte exterior do passeio, até porque podem ver o trânsito de frente, o que se torna mais seguro quando por vezes temos de colocar o pé fora do passeio ao cruzarmo-nos com um grupo de grandes dimensões.
Aposto que quem nunca tinha pensado nisso, da próxima vez que for treinar para a marginal, vai estar mais atento. E entretanto aposto noutra coisa, nas apostas desportivas da bet365, na esperança de juntar dinheiro suficiente para construir uma marginal só para mim.
Sou corredor e também ciclista … ou melhor utilizador de sapatilhas e também de bicicleta . Não tenho por hábito correr do lado do Porto ,prefiro Gaia por ser menos concorrido quanto á bike já vou mais para o lado do Porto … esporadicamente circulo em direcção a Espinho . Reconheço que fico estupefacto pela quantidade de utilizadores de bicicleta que circulam nos passeios e pior nas ditas ciclovias como se estivessem na vuelta … Meus caros, há espaço para todos … se querem circular rápido façam como eu … Usem a ESTRADA que foi paga com o dinheiro dos vossos e meus impostos, além do mais o limite de velocidade nestas vias ( ESTRADAS ) é de 30 a 50 Km/h e nem precisam decorar isto … ao longo dos percursos que descrevi estão assinalados os ditos limites. Quanto á corrida nem sempre nos é facilitada a passagem por quem anda simplesmente a passear nada que um “SONORO” com licença atrase muito o nosso ritmo e a sugestão de circular como manda o ” código de circulação ” … á direita 😉
Parece que estamos em sintonia, caro Rui.
Visitei um país onde nas ciclovias partilhadas havia sinais indicando aos ciclistas para terem cuidado com os peões e outros indicando aos peões que não deveriam ocupar toda a faixa, antes deixando espaço para ciclistas e skaters. Ser civilizado não custa assim tanto e até tem mais piada.
Até breve.