Realizou-se no passado domingo a 13ª Edição da maratona de Cracóvia onde participaram 3 portugueses. Estivemos lá e contamos-lhe as incidências e dicas acerca de uma prova que tem muito mais do que uma simples maratona para correr.
Alterações de última hora anunciadas pela organização alegando obras na cidade, fez com o trajecto da prova se realizasse num circuito de 21 km, o que obrigaria os atletas a percorrer o mesmo duas vezes. Não existe neste evento outras distâncias alternativas, só mesmo a maratona. O percurso pelo centro histórico é bonito e com muito público a apoiar, o mesmo não acontecendo na maioria do trajecto, que embora não sendo feio, pois passa em parques verdejantes mas com muitas rectas a fugir de vista, com a agravante do atleta saber que terá que ainda voltar lá novamente. Para quem gosta de conhecer uma cidade a correr, esta prova perde desde logo o seu encanto.
Cracóvia é uma cidade muito bonita, cidade onde nasceu e viveu o Papa João Paulo II e onde o seu nome consta por todo o lado, incluíndo o nome do aeroporto. Tem um centro histórico encantador, com ruas sem tráfego, uma catedral absolutamente extraordinária e um castelo que vale a pena visitar. Não é por acaso que esta cidade foi a primeira do mundo a ser considerada património mundial da humanidade pela UNESCO.
Voltando à prova, é exemplarmente bem organizada. Sem confusão no início apesar dos mais de 8.000 atletas inscritos, embora terminassem a mesma “apenas” 5.400 corredores.
Os km durante o percurso estão rigorosamente bem marcados. Os abastecimentos eram os que estavam anunciados mas não estavam nos locais anunciados. Estavam sempre antes dos km múltiplos de 5, o que a determinado ponto se torna confuso a quem leva tudo muito bem estipulado. Não são maus os abastecimentos e decorrem de ambos os lados da estrada e durante uma extensão muito considerável. A água e isotónicos servidos ao copo são entregues em mão por cerca de 30 ou mais jovens, muito simpáticos e com palavras de incentivo aos atletas, embora a única coisa que se consiga perceber sejam as palavras bravo e super 🙂
António Castro – um português que dignifica o seu país natal
Fomos a Cracóvia, eu e o Luis Sousa Pires que completou naquela cidade a sua 104ª maratona, a primeira em território polaco. Fomos a convite do comendador António Castro, radicado em Cracóvia há 16 anos. Fomos recebidos de forma principesca pela sua simpática família, verdadeira embaixadora da cultura polaca mas rendida à cultura e gastronomia portuguesa, com a qual fomos surpreendidos a cada hora de estadia.
Auschwitz-Birkenau
Vale a pena vir a Cracóvia nem que seja exclusivamente para vir a este local. Todo o ser humano deveria de visitar Aushwits e Bikernau. “O trabalho liberta”, talvez seja a placa de entrada mais célebre do mundo, pena ser pela pior razão. O semblante dos visitantes diz tudo. Já vi funerais mais alegres. O silêncio é sepulcral. Há gente a chorar e não se admire que lhe possa acontecer o mesmo. Tudo aquilo que aprendemos na escola, lemos em livros ou vimos em filmes é muito pouco ao que ali se vê e sente. Colocar a mão num beliche onde estiveram milhares de seres humanos condenados à morte sem que nada tenham feito para o merecer, entrar numa câmara de gás, ter os pés assentes nos carris onde milhares de famílias foram separadas à chegada, despojados de todos os seus bens, sujeitos a trabalhos forçados até que a sua hora de seguir para as câmaras de gás chegasse. Alguns foram os (se calhar felizardos) que finaram no dia da chegada. Tudo o que se possa escrever sobre o holocausto é pouco para explicar o que ali se vê. Importa apenas dizer que a visita à Polónia se justifica nem que seja exclusivamente para a visitar este local. Há autocarros com viagens directas e exclusivas para Auschwitz e kybernau a preços acessíveis. São cerca de 70 km de distância do centro de Cracóvia. A Polónia faz parte da únião europeia mas não aderiu ao euro. A moeda é o zlot mas aceitam euros em muitas lojas. O salário mínimo ronda os 350€ e um Menu Big Mac custa 16 zlots (+- 3,80€).
Voltando à maratona, o percurso é plano, quase sempre em alcatrão, salvo na passagem das pontes do rio Vistula e no centro histórico que é empedrado. A feira da maratona decorre no estádio do Wisla Cracóvia. Não é uma expo grande. Há uns 30 stands de marcas e provas, sem grandes novidades. É possível a inscrição até à véspera da prova, perdendo neste caso o direito a dorsal personalizado com o seu nome. A camisola da prova e a medalha são muito bonitas.
Existe a possibilidade de entrega dos pertences no local da chegada em saco cedido pela organização. Este serviço é muito bem organizado e sem confusão. Existe ao lado uma grande tenda para descanso dos atletas e serviço de massagens.
O atleta é bem tratado, tanto durante a prova como após a mesma. Há uma espécie de heroísmo a quem termina a mítica distância. Passear pela cidade de medalha ao peito é usual e acolhe a simpatia de lojistas e população local.
Em resumo, a maratona de Cracóvia peca pela repetição do percurso. É uma prova bem organizada, numa cidade histórica que vale a pena visitar, com passagem obrigatória por Auschwitz.
A ida à Maratona de Cracóvia, a convite do meu amigo de longa data Tó Castro, correu de uma forma perfeita. Bem organizada, numa Cidade muito bonita, fomos (Eu e o Vitor) muitíssimo bem recebidos pelo Tó e pela Catarina, uma extraordinária e simpática Mulher Polaca. E também bonita, porque não dizê-lo!
A visita a Auschwitz, que devia ser obrigatória para cada um de nós, pelo menos uma vez na vida, ficará para sempre marcada na minha memória, sem dúvida. Foram momentos, como dizer… arrepiantes e de uma enorme carga emocional. Por forma a ultrapassar aqueles momentos mais difíceis de uma maratona, irei sempre lembrar-me deste local de extermínio. Ao pensar no que sofreu aquela gente inocente, em condições miseráveis, dificilmente desistirei.
Ainda não li tudo com atenão, mas vou ler. Obrigada, Vitor !!!
Bjs
Bé
Fiz um comentário, que desapareceu.
Aqui vai outro :
Obrigada, Vitor.
Obrigada, Tó.
Já sei que a estadia em Cracóvia foi o máximo !!!
Beijinhos aos três (inclui o Luis, claro).
Bé
Em outubro ha em varsovia. Eu fiz a meia ha uns meses e foi bastante agradavel.
Já deixei aqui duas mensagens que desapareceram (???).
Vitor : explique-me lá o que se passa ; ou o que estou a fazer mal.
Também tenho o “Correr por Prazer” no FB, e acontece o mesmo. Não percebo ….
Bjs
Agora, que fiz este comentário, apareceram os outros (???).
Coisas da Net ; ou não ???