Se alguém me perguntar porque faço o Caminho, tenho mais dificuldades em responder do que em percorrê-lo.
Muitas razões haverá para se fazer o Caminho. Para conhecer outras pessoas e localidades, deixar de fumar, emagrecer, encontrar locais únicos para refletir e meditar, fugir dos problemas e muitas outras. Mas o peregrino quando chega a Santiago, por incrível que pareça inicia um novo caminho, ou se quisermos continua a caminhada.
O Caminho não se esgota, faz-se.
O Caminho é único, tal como cada peregrino.
Há quem diga que o Caminho começa à porta de casa e é verdade. Às vezes marcamos um local para o iniciar e não damos conta que efectivamente já o percorremos desde que saímos de casa, porque o Caminho faz parte do nosso próprio caminhar.
De quarta a domingo (24 a 28Abril) fui do Porto a Santiago de Compostela a correr com um grupo de amigos. Estes, certamente o serão para sempre. O que convivemos durante estes cinco dias, marcarão o nosso caminhar.
Para mim, desde já fica uma maior fortuna, aquela que mais anseio na vida – a Amizade.
O Caminho proporciona-nos sinais de vida onde o sentir humano releva-nos para caminhadas diversas; a daquela idosa de nos caiu aos pés, ao encontro com o Ramiro, o convite do empregado do café, os sentimentos e emoções dos peregrinos de bicicleta, a gratificante partilha com os brasileiros que ajudaram a embelezar ainda mais o nosso caminhar e os familiares do Luís, que também connosco conviveram.
O Caminho passa à nossa porta e por ela a cada instante passam, vidas.
O que mais desejo é que as suas caminhadas tenham sentido e que não desperdicem as oportunidades de atingir a felicidade.
Não tenho dúvidas, voltarei ao Caminho, a pé, a correr ou de bicicleta, mas voltarei. Porquê? Não sei.
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