Portugueses que participaram no Imagine Cup da Microsoft ensinam a produzir energia
Ir ao ginásio ou passear o cão pode ser tudo o que precisa para carregar o telemóvel, o portátil ou o iPod sem gastar um euro de electricidade. Como? É a micro-geração levada ao extremo. A ideia é de uma equipa de alunos do Mestrado Integrado de Engenharia Electrotécnica e de Computadores da Universidade Nova de Lisboa, que querem convencer os consumidores a produzirem parte da electricidade que consomem.
O projecto chama-se PerMan (Personal Energy Management System) e representou Portugal na competição internacional de tecnologia Imagine Cup, da Microsoft, no Cairo durante a semana passada. Apesar de não ter vencido a categoria de Software Desing, o PerMan tem tanto potencial que a equipa quer mesmo levá-lo para a frente.
O funcionamento é simples: o consumidor usa um aparelho integrado em alguma parte do corpo – por exemplo, nos ténis, sandálias, relógio ou pulseira. O seu movimento gera watts que são acumulados numa pequena bateria incluída no aparelho. Gonçalo Castro, um dos alunos, explica: “A ideia é fazer a gestão da micro-geração e usá-la nos pequenos gadgets da casa”, sendo preciso apenas um adaptador para o carregamento. O sistema é inteiramente gerido por um software que pode desenhar um perfil de utilizador e informá-lo de quantas pedaladas precisa para gerar cinco ou dez watts. Com esta tecnologia, um sistema caseiro leva cerca de nove horas a carregar o telemóvel.
O projecto inclui também uma rede social, na qual os utilizadores do PerMan podem partilhar as suas experiências, trocar ideias e fazer doações de electricidade. Por exemplo, uma família pode doar energia a um albergue. De que forma? “Injectando electricidade na rede da EDP”, explica Gonçalo Castro. A eléctrica faria depois o desconto. A equipa portuguesa já contactou a empresa de António Mexia, que se mostrou receptiva ao projecto se este conseguir reunir um grande número de utilizadores. Também o ginásio Aquafitness, na Costa da Caparica, recebeu bem a ideia. Os ginásios são dos locais onde a solução pode ser mais produtiva, já que se poderia chegar a uma situação de consumo zero, em que os clientes veriam as mensalidades reduzidas conforme a electricidade produzida enquanto correm, pedalam ou sobem escadas.
Autor: Ana Rita Guerra
Fonte: ionline