A minha terceira prova, o meu primeiro trail.
Armei-me em “carapau de corrida” e inscrevi-me no Trail Anadia Capital do Espumante. 18Km.
Estava com bastante interesse em participar, prova em casa, mas, aventurar-me neste desafio sozinha, deixou-me com o pé de atleta atrás.
Não consegui convencer o meu parceiro das corridas a fazer parte desta loucura.
O Marco era muito “terra à terra” nestas vidas. Era, porque, passado meio ano, rendeu-se completamente e é o meu pilar.
Como as coisas mudam e como as corridas também nos mudam.
Às vezes, só precisamos de um empurrãozinho e a minha amiga Rita fez-me esse favorzinho.
Fiz a inscrição, ainda com tempo para me habituar à ideia e preparar-me para o grande desafio. Estava confiante. Ia com tudo. E fui. Mas já lá vamos…
Certo dia, no final de uma sexta-feira, como já era habitual, fui com a malta para o convívio pós-laboral, quando, e para meu espanto, vi um cartaz sobre a prova que me chamou a atenção.
Como??? A prova é já no domingo? Não pode ser. “Paniquei”, confesso!
Tinha feito confusão e troquei as datas! Não era em julho, mas sim em junho!
E apenas faltava um dia!
Quando somos apanhados desprevenidos, ficamos despidos do famoso controlo!
Não estava preparada física e mentalmente.
O desconhecido não me deixava nem muito confortável nem confiante. As dúvidas surgiram e a falta de autoconfiança também.
A famosa dor de barriga, a ansiedade, as noites mal dormidas… Onde é que me ia meter?!
Talvez tenha sido melhor assim. Tive que me adaptar e desistir não era opção.
O que custa é começar… Deixei-me ir, sempre com um sorriso na cara, corri, saltei, escorreguei, trepei e até caí!
Vivi cada passo que dei, vibrei com tudo, aproveitei cada vitória.
E a chegada à meta? Épico, brutal, memorável! E, como é tão típico meu, vibrei com isso e aplaudi-me a mim mesma. Afinal estava de parabéns!
Com as pernas a arrastarem, a roupa ensopada e cheia de lama, o ego estava bem lá em cima, alimentando o sorriso de satisfação!
“O que não te desafia, não te transforma”. Só sabemos que somos capazes, se tentarmos e arriscarmos.
Temos que nos dar a oportunidade de nos descobrirmos. Somos muito mais. Há sempre muito mais.
Se vou voltar?
Claro que vou e é já em junho! Este ano levo comigo o meu reforço REDrunners, meu parceiro das corridas.
E tu, estás à espera de quê?