Muitas pessoas não se apercebem que têm uma infecção fúngica/micótica numa unha e, por isso, não procuram tratamento. As infecções fúngicas das unhas dos pés são um problema comum de saúde e podem persistir durante muitos anos sem nunca causarem dor. Contudo, não sendo tratada, pode acarretar sérios problemas.
Também chamadas de onicomicoses, as infecções fúngicas das unhas são infecções sobre/sob a superfície da unha, mas que também podem penetrar a unha. Estas infecções podem ser acompanhadas por uma infecção secundária por bactérias e/ou leveduras no leito ungueal ou na sua periferia, que pode conduzir a dor e limitação na locomoção. Os sinais podem incluir discromia (alteração da cor), espessamento, deformação, fragmentação, odor desagradável, e a infecção pode-se disseminar para outras unhas dos pés, pele, ou mesmo para as unhas das mãos.
Uma lesão da matriz ungueal pode fazer com que uma unha fique mais susceptível a todos os tipos de infecção, incluindo a fúngica. Noutros factores que podem contribuir incluem-se a transpiração excessiva (hiperhidrose), pé de atleta, traumatismos e micro-traumatismos por repetição (que também poderão conduzir a unhas negras – ficará para outro texto).
Especialmente nos atletas, dos cuidados gerais de prevenção referidos a seguir, realça-se a qualidade do calçado desportivo, nomeadamente a adequação às dimensões dos pés (comprimento, largura e volume), arejar e alternar o calçado; é também importante ajustar-se adequadamente os atacadores de forma a evitar que o pé deslize constantemente e bata à frente. Poderá ser também importante fazer o despiste de eventuais desvios biomecânicos/funcionais que possam ser a causa de microtraumatismos repetitivos.
Pode-se prevenir infecções fúngicas das unhas tomando estas precauções simples:
– Não partilhe corta-unhas ou outros instrumentos com ninguém.
– Não partilhe meias ou calçado.
– Mantenha uma higiene adequada e inspeccione regularmente os pés.
– Mantenha os pés limpos e secos.
– Corte as unhas em linha recta e tenha como orientação a ponta do dedo do pé.
– Use calçado de chuveiro em instalações públicas sempre que possível.
– Utilize calçado de dimensões adequadas, com espaço interior adequado, e com materiais que permitam “arejar”.
– Evite usar meias excessivamente apertadas e que promovam a humidade. Utilize meias de algodão ou com fibras especializadas e mude-as durante o dia, se necessário.
– Desinfecte as ferramentas domésticas de pedicure e não aplique verniz/similares nas unhas suspeitas de infecção.
Dependendo do tipo de infecção que possa ter, nem todos os produtos tópicos podem impedir a recorrência de uma infecção fúngica. É preferível procurar um podologista para fazer o diagnóstico e tratamento local (consiste frequentemente em remover os detritos contaminados das unhas, um processo chamado desbridamento) e então estabelecer um plano terapêutico adequado ao seu caso (tópico e, se necessário, oral). Nota: Não se deve automedicar.
Actualmente existem tratamentos por laser (ou similar) mas que, infelizmente, ainda só têm uma eficácia de 60-70%, necessitam de várias sessões e são muito dispendiosos. Alertamos para a proliferação de publicidade a tratamentos realizados por pessoas sem formação adequada – proteja-se.
Sobre Romeu Araujo
Podologista (ACSS 104) com diferenciação em alterações funcionais/biomecânicas em todas as faixas etárias, bem como em alterações dérmicas e ungueais. Site oficial:
http://www.podologista.com
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