Estamos numa era em que a informação é muito acessível e comemos todos os dias por isso parece fácil falar de algo que é tão natural. Se já jogou ao “telefone estragado” sabe que a mensagem final não corresponde sempre ao original. Imagine isso numa área tão vasta… esclarecemos aqui alguns mitos muito frequentes na alimentação do corredor.
A corrida queima tudo, posso comer por 3 ou 4…
Bom, embora se pense que corrida seja de facto uma actividade com um dispêndio energético superior ao de outros desportos , há um limite definido que passa por não poder correr “para sempre”.
E, além disso, a energia gasta é resultado de uma estimativa. Dois indivíduos com o mesmo peso podem ter gastos distintos de acordo com a preparação física de cada um e a intensidade.
Mas se isso não chegasse, mesmo que num treino/prova queime 1000-1500kcal e o seu metabolismo basal ronde as 1500kcal, acredite que facilmente excede estes valores com uma alimentação desequilibrada.
Por isso, teria de correr todos os dias muito para continuar a manter o balanço energético equilibrado. Não nos parece uma medida muito acertada.
Só preciso de hidratos de carbono
Actualmente, esta crença começa a ser destruída mas ainda há quem acredite nisso e desvalorize tanto a proteína como a gordura.
Os hidratos de carbono são de facto o seu combustível principal, corra, nade, pedale, jogue futebol ou qualquer outra modalidade. São a base da nossa alimentação e dificilmente isso vai mudar.
Mas, quem faz exercício físico, tem também necessidade de promover uma recuperação mais completa para se assegurar que sessão após sessão está no seu melhor e aqui entra a proteína. Sendo o principal componente do órgão do movimento – músculo, é natural que seja importante para a recuperação. O seu corpo precisa de proteína para ter os aminoácidos essenciais que asseguram a síntese proteica óptima, promovendo o processo de reparação do tecido muscular.
As necessidades proteicas do atleta de endurance variam entre 1,2 a 1,5g/Kg de peso. Lembre-se que pode encontrar proteína nos alimentos de origem animal como a carne, peixe e ovos, no leite e seus derivados mas também nos cereais inteiros e leguminosas. Para o corredor, poupe-se de sustos e não se esqueça de procurar pela Quinoa.
Não preciso de géis, basta beber água
A nutrição durante o treino/prova deve seguir um procedimento o mais personalizado possível e deve ser treinada tal como o treino em si.
As más práticas na nutrição durante o treino refletem-se em sintomas que prejudicam a sua performance, nomeadamente:
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Fadiga psicológica – devida a desidratação ou hipoglicemia
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Fadiga muscular – desidratação, alterações na contracção muscular, hipoglicemia
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Caibras – alterações hidroelectrolíticas
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Desorientação – hipoglicemia, hiponatrémia