Houve jornais que pouco disseram, outros quase nada disseram e outros que disseram rigorosamente o mesmo.
O que aconteceu no domingo passado merece muito mais que um simples dizer e o nosso amigo Fernando Andrade sabe dizê-lo melhor que ninguém.
E quando o faz em forma de poema, é difícil encontrar alguém que se compare ao poeta corredor mais conhecido do pelotão nacional. Deliciem-se.
“Estavas, linda Inês”, apoquentada
Com a maldita lesão que te atormenta
Quando era, no Algarve, disputada
A prova que, na Europa, mais contenta.
Mas estiveste tão bem representada
Nesse grupo veloz que tudo enfrenta
Que à chegada, tivemos cinco em dez
E a Europa ali, aos nossos pés.
A Jéssica, imbatível, ganha o ouro,
E a Dulce é de bronze medalhada,
Marisa, Sara e Ana, são tesouro
E a nossa bandeira é hasteada.
Sobrou a Anália? P’ra quê “dar o estouro”
Se a vitória já estava assegurada?
Eis que um País em crise e entristecido
Vê, com emoção, o orgulho renascido.
Avé, Augusta Jéssica, guerreira
Que sais determinada lá na frente
Levando atrás de ti a turma inteira
Ante aplausos de toda aquela gente.
Contigo, ia um País, dizem que, à beira
Da descrença voraz, tão deprimente !!!
Com gente como tu, com tal grandeza,
Porquê esta “apagada e vil tristeza” ?
Poema da autoria de Fernando Andrade e publicado no seu Blog Cidadão de Corrida
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