Numa altura em que a democracia também está em crise, lembrei-me de chamar assim a algumas notas às quais a corrida me tem chamado à atenção.
Não conheço nenhum desporto que seja tão popular, tão acessível e tão democrático como a prática da corrida. Novos, velhos ou crianças, mais devagar ou mais apressados, são milhares os que já conseguimos ver a percorrer as ruas da nossa cidade ou país, seja em treinos, passeios, caminhadas ou provas. Nunca se viu tal. Estamos ainda muito aquém do que se passa noutros países, mas estamos no bom caminho.
As provas são a preços acessíveis, os equipamentos já foram mais caros, as formas de inscrição nas provas são cada vez mais fáceis de fazer, as empresas organizadoras usam novas formas de cativar os atletas e os patrocinadores aderem a este “boom” a que todos assistimos com agrado.
Outro pormenor importante ligado à corrida, foi o facto da internet ter dado voz a quem quer comentar, ajudar e colaborar neste fenómeno desportivo. Já todos nós concerteza consultamos sites ou blogs acerca de determinada prova, sendo de extrema importância as conclusões apresentadas por quem já participou em provas que pretendemos participar no futuro.
Outro ponto que me agrada na corrida (falo de atletas de pelotão), é o facto de não haver vedetas e os que são rápidos não se acharem mais do que os mais lentos. Médicos, electricistas, engenheiros, cozinheiros ou polícias, todos se tratam por tu e não há as hierarquias que em Portugal se vê a cada passo que damos.
Na corrida, todos nos sentimos iguais. Se não houvesse tantas razões para nos fazer correr, talvez esta fosse uma razão mais que suficiente para nos sentirmos tão iguais a quem “na vida real” por vezes só sabe olhar para o seu umbigo.
Boas corridas.
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