A palavra “jogo” já não é sinónimo exclusivo de entretenimento. Nos últimos anos, o conceito de gamificação tem invadido áreas inesperadas, da educação à produtividade profissional, passando pelas estratégias de mercado, e uma das mais interessantes é a do bem-estar.
Cuidar da saúde física tornou-se um processo mais motivador graças à incorporação de elementos típicos dos videojogos: pontos, níveis, recompensas e desafios.
Mas como é que isso nos influencia no dia a dia?
Aplicações que nos fazem mexer (e continuar motivados)
A corrida, por exemplo, é uma atividade que ganhou novos contornos com apps que transformam passos em progressão dentro de narrativas ou rankings. Aqui ficam cinco exemplos práticos de aplicações que utilização gamificação:
1. Zombies, Run!
Uma app que combina corrida com uma história de sobrevivência a um apocalipse zombie. A cada passo, desbloqueia partes da narrativa. Ideal para quem gosta de motivação extra e não quer ver o tempo passar.
2. Nike Run Club
Com planos de treino personalizados, troféus e desafios mensais, o Nike Run Club, através de níveis de corrida, transforma o exercício em objetivos concretos e comparáveis com amigos.
3. Strava
Focada em atletas e entusiastas do desporto, o Strava transforma qualquer atividade (corrida, ciclismo, natação) em dados partilháveis como se tratasse de uma rede social desportiva. Os “segmentos” e tabelas classificativas criam um espírito competitivo saudável.
4. Sweatcoin
Cada passo dado é convertido numa moeda digital, que pode ser trocada por prémios ou descontos. Uma forma interessante de monetizar o esforço físico e manter a motivação.
5. Fitbit
Para quem usa wearables, a app Fitbit oferece desafios diários, competições com amigos e medalhas virtuais por atingir metas. Além disso, monitora o sono, batimentos cardíacos e outros.
Benefícios da gamificação no bem-estar
Com efeito, fica claro que esta aposta da indústria do bem-estar na gamificação resulta numa série de benefícios. Alguns deles são:
- Maior motivação: objetivos concretos, visíveis e com recompensas, mantêm o utilizador focado.
- Constância: a progressão visível e os lembretes automáticos aumentam a regularidade.
- Comunidade e suporte: a comparação com amigos ou outros utilizadores ajuda a criar uma rede de incentivo mútuo.
- Feedback imediato: saber o impacto do que se está a fazer, em tempo real, ajuda a ajustar comportamentos.
- Adaptação personalizada.
A gamificação em outras áreas
A lógica da gamificação não se fica pelo bem estar e fitness. Está cada vez mais presente no nosso quotidiano digital.
No setor do retalho, a aplicação destas dinâmicas é visível em programas de fidelização que premiam ações simples, como fazer compras, recomendar amigos ou participar em desafios. O exemplo da Sephora, com o seu programa “Beauty Insider”, é ilustrativo: os utilizadores acumulam pontos, sobem de nível e desbloqueiam benefícios à medida que interagem com a marca.
Também o setor dos media tem integrado elementos gamificados como forma de incentivar a participação do público. Algumas publicações internacionais, como o New York Times, oferecem recompensas digitais a quem responde a inquéritos, partilha artigos ou participa em quizzes interativos.
No universo do iGaming, estas práticas tornaram-se igualmente comuns, especialmente em plataformas de casino em Portugal, como a Betano, onde é possível colecionar Cartões IA, caso as apostas sejam vencedoras. No fundo, ganha-se uma aposta e o boletim torna-se um cartão colecionável. Mais do que uma simples aposta, a experiência transforma-se numa narrativa interativa com objetivos a cumprir.
Vamos correr?
A gamificação veio para ficar e está a transformar os nossos comportamentos diários. O que antes podia ser monótono, correr, beber água ou meditar, hoje pode ser parte de um jogo envolvente, onde somos os protagonistas.