Entre um restaurante “instagramável” e uma tasca gordurosa, venha de lá o óleo fula

Nem todos gostamos de amarelo. Não gosto dos Coldplay, mas gosto da “Yellow”, da “The Scientist” e a “Viva la vida” tem ritmo.

Não gosto dos U2, mas o Joshua Tree, o Achtung Baby e o Zooropa são discos incríveis.

Não gosto dos Azeitonas, mas gosto de azeitonas.

Não gosto do David Fonseca, mas gosto dos Humanos.

Não gosto do Agir cantor, mas gosto do Agir produtor.

Não gosto do André Rieu. Incondicionalmente.

Não gosto da “You raise me up”, mas quando tem que se tocar, toca-se.

Não gosto de Fado, mas sabe bem ouvir Fado. 

Não gosto de férias na praia, mas gosto de ir à praia. Melhor ainda em dias de Inverno, em que o vento nos salga a face.

Não gosto de arroz de marisco, mas gosto de marisco. A solo, acompanhado por um maduro branco de Palmela.

Não gosto de beber para me embebedar, mas gosto de ficar bêbado, quando tenho vontade de beber.

Não troco um fino Super Bock por uma garrafa de Moet & Chandon.

Entre um restaurante “instagramável” e uma tasca gordurosa, venha de lá o óleo fula.

Há seis anos que praticamente não vejo televisão, a não ser que o Netflix e a HBO contem como televisão.

Vejo mais jogos de vólei, hóquei, andebol e basket do que de futebol.

Não gosto da Comercial, muito menos da RFM. À conta disso, conheço muito pouco da música feita de 2017 para cá.

Não gosto de dormir até tarde, mas gosto de dormir a qualquer hora.

Não gosto que me toquem. Nem beijinhos. Nem “passou bem”. Se não me cumprimentarem fico feliz, não fico chateado.

Normalmente paro nos amarelos e raramente ando a mais de 110. Mas quando é urgente, é urgente.

Se leste e não gostaste, então gosto que não tenhas gostado, para que ambos continuemos a gostar do que gostamos.