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Ori Trail Rogaine – O que é?

Rogaine, uma disciplina ou melhor, uma das formas de correr livremente com objectivos intermédios, na qual se conjugam em harmonia a corrida de Trail com a Orientação, dando assim resposta a quem faz do desporto na natureza o seu passatempo preferido, acrescentando-lhe a cada prova, experiências novas e a aventura, assim como o desafio adicional e sempre entusiasmante de passar por postos de controlo com o auxílio de um mapa.

Se adicionarmos a tudo isto a observação do ambiente natural da área envolvente, estão criadas as condições para passar um dia de eleição.

Quanto ao imediato obstáculo por muitos evocado quando se fala no Rogaine, logo dizendo que não se sabem orientar, aqui no Rogaine a navegação é muito acessível dada a sua baixa exigência técnica, pois os mapas utilizados, habitualmente mapas de Ori BTT ou Cartas Militares, são tão simplificados como um vulgar mapa de estradas, não tendo o detalhe dos tradicionais mapas de Orientação, sendo por isso de fácil leitura e de uma interpretação muito intuitiva.

Os pontos de controlo são pensados e colocados em cruzamentos ou curvas de caminhos, marcos geodésicos, casas ou ruinas, vedações ou evidentes detalhes de vegetação como arvores isoladas ou sebes, sempre nas imediações de caminhos, pois são comuns à participação na vertente pedestre ou em BTT, pelo que esta é uma prova para todos.

Porque no Rogaine não há um percurso definido mas sim pontos de controlo para serem visitados, sem que seja possível visitar todos eles durante a prova, e cuja pontuação/valorização é variável em função de diversos factores, como sejam a distância, o desnível, o acesso, temos aqui mais um aliciante atractivo, que se prende com a estratégia e a escolha do melhor caminho para a eles se chegar.

Outra interessante particularidade do Rogaine, é que a participação é sempre em equipas, constituídas por um mínimo de 2 e um máximo de 5 elementos, pelo que basta que apenas um elemento tenha alguns conhecimentos de navegação com mapa, para que toda a equipa possa participar.

As equipas podem ser femininas, masculinas ou mistas, sendo que, para efeitos de escalão, a idade tida em consideração é a do elemento mais novo.

Cada equipa deve assegurar a sua hidratação e o seu reforço energético, usando o tradicional camel bag, levar um telemóvel e 1 apito.

Sendo então o Rogaine uma prova por equipas, onde o objectivo é visitar pontos de controlo, angariar nessas visitas a maior pontuação possível e terminar a prova sem ultrapassar o tempo limite definido pela organização, estamos perante um conjunto de componentes, como sejam correr em plena natureza, ter uma participação em equipa, definir em equipa aquela que pensam ser a melhor estratégia, escolher as tuas próprias opções de percurso e, teres a liberdade de fazeres as alterações que entendas adequadas, conforme a equipa for reagindo durante o desenrolar da prova.

Todos estes ingredientes são componentes incontornáveis do Rogaine, e que no ritmo da corrida, sempre ao ritmo do mais fraco, na estratégia da sequência da visita aos pontos, na interpretação do mapa, na escolha de caminhos, são muitos aspectos decisivos para o melhor desempenho na classificação final.

Mas afinal em que consiste o Rogaine, qual o objectivo e o modelo de prova? O objectivo do Rogaine é conseguir a máxima pontuação no tempo limite da prova, visitando um conjunto de pontos de controlo (PCs) a que é atribuída uma determinada pontuação, que varia em função da sua dificuldade (distância, declive, etc.). A pontuação pode variar a partir dos 3 pontos e por aí acima, habitualmente até ao máximo de 19 pontos (pts). Haverá uma correlação entre esta pontuação e o código do CP: CPs de 31 a 39 serão pontuados com 3 pts; de 40 a 49 com 4 pts e assim sucessivamente.

rogain

15 Minutos antes da partida será distribuído, a cada participante, um mapa com todos os postos de controlo, para que toda a equipa possa delinear a que entende ser a melhor estratégia com vista a conquistar a máxima pontuação.

Imaginem-se agora integrando uma equipa, recebendo o mapa e o relógio a marcar 15 minutos para fazerem uma análise aos pontos de controlo marcados no mapa, delineando a estratégia de percurso para os ir visitar, definindo quais serão os preteridos e os eleitos para visita, iniciarem a vossa prova e correrem livremente por onde decidiram, analisando o mapa, tomando as vossas opções de trajecto, ajustando a vossa estratégia face ao andamento do relógio e a distância para chegar ao final que é, por norma, coincidente com o ponto de partida.

Eis-vos na linha de chegada, descarregando os vossos cartões electrónicos com os registos de visita, comparando a vossa pontuação, as vossas opções, os kms corridos com outros participantes e perceberem que poderiam ter feito diversas outras abordagens à prova. Muito provavelmente fica no ar a ideia, voltaremos para a próxima e aí vamos tomar diferentes decisões para ainda conseguirmos uma melhor ou diferente estratégia.

É hora de um banho retemperador, depois de ingerir algo sólido e liquido e vir para a refeição quente, com que, habitualmente, são brindados todos os participantes.

Sob a égide da Federação Portuguesa de Orientação (FPO) realizam-se várias provas ao longo do ano, com escalões de competição e escalões abertos, na vertente pedestre e na vertente de BTT, sendo que uma das provas é disputada em Espanha, enquanto uma das provas em Portugal tem a participação de atletas Espanhóis por estar integrada no calendário daquele País.

Habitualmente nos escalões de competição o tempo de prova é de 4 horas na pedestre e 3 hora no BTT, enquanto nos escalões Abertos o tempo de prova é normalmente de 2 horas.

Os participantes não têm que estar federados para participarem nos escalões de competição.

No final de cada época (ano civil) são apurados os vencedores do ranking nacional com base na pontuação conquistada em 70% das provas disputadas.

Numa das provas disputa-se o campeonato nacional enquanto noutra se disputa o título ibérico, ou como já aconteceu, na mesma prova disputaram-se os 2 títulos.

Aceitem o desafio, venham fazer uma experiencia, aventurem-se.

Texto: Carlos Monteiro e Anabela Vieito

Fotos: WRC2019

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Vitor Dias
Vitor Dias
Autor e administrador deste site. Corredor desde 2007, completou 67 maratonas em 18 países. Cronista em Jornal Público e autor da rubrica Correr Por Prazer em Porto Canal. Site Oficial: www.vitordias.pt

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