Não tenho tido descanso nos últimos tempos. Eles vêm de todos os pontos do globo. No ano passado subiram por aqui acima 15 mil pessoas e este ano já foram mais de 2 mil almas a subir aos meus 2.351 metros, o ponto mais alto de Portugal.
Mas por estes dias quem cá vem a cima é gente com muita pressa. Hoje foram 51, todos equipados a rigor, calções e t-shirts garridas e a condizer, contrastando com os altamente equipados até aos dentes que cá vêm no inverno. Sobem em poucos minutos (o primeiro classificado – Guilherme Fernandes fê-lo em 43 minutos e 27 segundos) e descem com mais calma pois a competição só conta a subir.
Começaram lá abaixo, um a um, na casa da montanha e galgaram por mim acima como se amanhã não tivessem que correr novamente lá ao fundo no Faial. Alguns já o fizeram várias vezes, outros é a primeira vez e ficam espantados com o que aqui conseguem avistar.
Desta vez tiveram sorte, o tempo deixou usufruir do que eu tenho de melhor. Houve anos em que não chegaram cá a cima tal era a tempestade. Tanto aqui como em qualquer parte do mundo, nós (as montanhas) somos quem mandamos e o ser humano é pequeno de mais para não nos obedecer.
Amanhã, lá ao fundo, provavelmente irei avistá-los na Caldeira, no Faial, onde 800 corredores de 30 países irão percorrer aqueles trilhos fantásticos que a organiuzação do Azores Trail Run lhes preparou.
Gente dura esta que não suporta estar parada e que ano após anos não deixa de me visitar. Obrigado por o fazerem e por levaram o meu nome e o dos Açores aos 4 cantos do mundo.
Autor e administrador deste site. Corredor desde 2007, completou 67 maratonas em 18 países. Cronista em Jornal Público e autor da rubrica Correr Por Prazer em Porto Canal.
Site Oficial: www.vitordias.pt
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