Este relato da autoria de Ana Pereira, não só demonstra que nunca é tarde para começar a correr, como também a importância das Minis e Rapidinhas na iniciação de muitos corredores.
“Domingo, 14 de Fevereiro de 1999. Ar cansado, mas feliz por ter concluído (1h 49m) os 20 km de Cascais.
O Melro, 63 anos feitos, festejou o 1º. ano da prática da corrida, pois a sua estreia aconteceu precisamente na “Rapidinha” do ano anterior.
Nunca tinha corrido na vida. Amigo dos copos, columbófilo por herança, uma voltinha de bicicleta de longe em longe e nada mais!
O bichinho da corrida nasceu quando começou a acompanhar o genro e a filha nas provas de estrada. A acompanhar é como quem diz: a ir ver, a aplaudir e a admirar este ambiente muito especial.
O Melro, observador e irrequieto como a ave, reparou nos “velhotes” alguns com mais primaveras que ele, que corriam nessas provas e começou a deixar escapar frases como:
“eu se calhar também era capaz…ou não?”
A filha nunca acreditou que o Melro pudesse correr, com a sua barriguinha típica de bebedor, e só lhe respondia que para fazer aquilo era preciso muito treino e que lá por ele ver aqueles velhotes com mais de 70 anos a participar, não seria fácil para ele imitá-los. O genro dizia que tinha de começar devagar.
O Melro vem um dia dizer à filha que tinha estado a treinar no quintal (que nem 50 m tem de comprimento). Havia no Melro uma vontade de correr mas ao mesmo tempo uma timidez e uma indecisão de dizer: “Eu quero, sou capaz e vou começar”. Precisava de um empurrão.
No Natal de 1997, o genro e a filha ofereceram-lhe uns sapatos de corrida. E logo começou o Melro, com um programa de treinos feito pelo genro, que ele cumpria à risca.
A exigência da ida ao médico foi o 1º obstáculo a vencer. O Melro achava que não era preciso.
Mas o “treinador” ameaçou que sem ida ao médico não havia mais treinos para ninguém. E lá foi o Melro ao médico. Felizmente a máquina estava boa.
O 2º obstáculo foi o aquecimento. Não foi fácil convencê-lo. Ele queria era calçar os ténis e sair para correr. Levou algum tempo a perceber a sua importância.
O treino de início, era, um minuto a correr, um minuto a andar. Depois, dois minutos a correr e um a andar, e assim progressivamente, lá estava o Melro todo nervoso mas entusiasmado na linha de partida da Rapidinha de Cascais, em Fevereiro de 1998.
Fez a prova toda acompanhado pela filha. Seguiu-se a Mini-Maratona da ponte, e desde então nunca mais parou. Já lá vão 27 provas num total de 260 km percorridos (fora os 2 a 3 treinos semanais), onze quilos perdidos, muitos copos por beber (não todos) e, o mais importante, um rejuvenescimento físico e mental que o fez encarar esta nova fase da vida (recém reformado) duma forma viva e entusiasmante.”
Texto da autoria de Ana Pereira
Não há palavras…
Olá Vitor
Só agora tive acesso à sua mensagem privada num fórum que ajudei a nascer e a crescer mas de onde fui expulsa e bloqueada (sem acesso a visualizar sequer) por factores de ordem estritamente pessoal.
Já vi que não precisou da minha resposta/autorização para publicar aqui o meu texto “O Melro”. E fez muito bem! Mencionou a origem/autor do mesmo e isso é importante.
Até lhe agradeço a divlgação da estória que por acaso é do meu pai… que já não corre.
Mais estórias se seguiram. Muitas.
Tenho o meu blog sobre corrida e vida: http://www.mariasemfrionemcasa.blogspot.com/
E o outro onde tenho várias histórias que vou escrevendo:
http://ascronicasdaana.blogspot.com/
Umas reais, outras nem por isso.
Fiquei contente de ver aqui o meu Melro. Obrigada
O seu blog parece interessante. Vou ver com mais atenção.
E já agora agradecia que não usasse o dito fórum para me contactar (caso deseje) pois pelas razões expostas acima, nem sempre me está acessível.
Até breve, espero
Ana Pereira
Olá Ana
Fiquei muito satisfeito por ter escrito aqui no meu blog. Quero agradeder-lhe o belo artigo que nos proporcionou e o não se importar que eu o tenha publicado. Sei que tem mais artigos deste género, que servem de estimulo a quem se quer iniciar nestas coisas das corridas. Coisas estas em que me meti e que já não vai ser fácil saír. Espero que por aqui passe de vez em quando e que disponibilize um ou outro artigo que ache de interesse.
Cumprimentos
Vitor Dias
Agora (só agora) que descobri este seu sítio, é com certeza e com muito prazer que por irei passando e opinando sempre que achar oportuno.
Do que eu escrevo aqui e além, disponha sempre, pois “ando nisto” por gosto, e a quantas mais pessoas pudermos chegar, melhor, quantas mais pessoas possam os escritos sobre corrida incentivar, melhor.
Até breve
Ana Pereira
Olá Victor
Antes de mais, parabéns pelo excelente espaço que criou.
Não quero vir aqui criar polémicas, mas como Presidente da Associação O Mundo da Corrida, como criador de um espaço, que é hoje conhecido em todo o País e além fronteiras, é meu dever rectificar as palavras da Srª Ana Pereira.
A Srª Ana Pereira quando diz o seguinte:
«Só agora tive acesso à sua mensagem privada num fórum que ajudei a nascer e a crescer mas de onde fui expulsa e bloqueada (sem acesso a visualizar sequer) por factores de ordem estritamente pessoal».
A Srª Ana Pereira nem ajudou a nascer, nem a crescer o Mundo da Corrida. O Mundo da Corrida e o seu fórum nasceram e cresceram pelas minhas mãos, através da minha insistência em o manter. Quando a senhora Ana Pereira aparece nele, vinda de um outro fórum com a tropa atrás, já ele existia.
A Senhora foi expulsa temporariamente por falta de educação e respeito pelos utilizadores. A sua permanência era um factor desestabilizador. A sua saída foi um factor de crescimento. As estatisticas não mentem.
Há três meses que a senhora Ana Pereira tem acesso livre ao fórum, para escrever se assim entender.
Com um abraço
Eduardo Santos
Olá Eduardo
Antes de mais, quero agradecer a sua visita a este meu blog, assim como o ter escrito no mesmo.
Quanto ao assunto que o fez escrever, apenas tenho a dizer que não querendo que o blog seja um espaço de polémica, não posso deixar que o mesmo não seja também um lugar de esclarecimento de situações pouco esclarecidas.
Assim, existirá sempre lugar para qualquer esclarecimento que achem conveniente, seja da sua parte como por parte da Ana Pereira.
Cumprimentos
Ana,
Como sempre um texto formidável com uma história que me deixa… sem palavras.
Um beijinho para o Melro e para ti e os meus desejos de que cada vez mais existam Melros por este país!
Henriqueta Solipa